São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 2006

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"IstoÉ" nega ter comprado dossiê ou entrevista

FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O editor e diretor responsável da "IstoÉ", Domingo Alzugaray, distribuiu comunicado afirmando que a revista "não compra e nunca comprou dossiês ou entrevistas". Na nota, "condena a venda de dossiês" e diz que "cabe à Polícia Federal a investigação de tais fatos".
Ele diz que a reportagem em que Darci Vedoin e seu filho Luiz Antônio Vedoin acusam o ex-ministro da Saúde José Serra de envolvimento com a máfia das ambulâncias "é resultado de trabalho jornalístico".
O redator-chefe da "IstoÉ", Mário Simas Filho, que assina a reportagem, disse à Folha que, "se soubesse que alguém estaria comprando alguém para que alguém desse a entrevista, também teria publicado isso".
"Da minha assinatura para trás, não sei o que aconteceu", diz. "Não tenho nenhuma informação que envolva dinheiro nesse processo." Simas diz que o fato de Serra e o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Barjas Negri não terem sido ouvidos "foi uma avaliação da revista, porque era entrevista do tipo pingue-pongue".
"Fui procurado por uma fonte antiga, cujo nome devo preservar, dizendo que os Vedoin estavam entregando documentos bancários à Justiça Federal, que isso iria acabar envolvendo o Serra e o Barjas Negri na Operação Sanguessuga e que eles estavam dispostos a dar uma entrevista", diz.
Simas diz que foi levado à casa dos Vedoin, em Cuiabá, pelo advogado dos empresários. Lá, foi autorizado a fotografar todos os documentos. "Não permitiram que eu tivesse cópias", diz. "Em nenhum momento, foi falado para mim em fita de vídeo ou em foto", disse.
"Tive o cuidado de ligar para o Ministério Público, em Cuiabá, para saber se, de fato, aqueles documentos tinham sido entregues ao órgão. E isso foi confirmado", afirma.
"Acho que tudo que eles falaram tem que ser investigado. Eu estou investigando. Vou soltar mais matérias nesta semana. Eles deram um monte de pistas e nenhuma delas eu escondi", diz Simas.

 

Leia a íntegra da nota.
"A Revista IstoÉ, em virtude das informações veiculadas nos últimos dias, esclarece que:
1) Não compra nem nunca comprou dossiês ou entrevistas. A reportagem publicada na sua edição de número 1.926, do final de semana, é resultado de trabalho jornalístico da sua própria equipe.
2) A decisão de publicar as denúncias envolvendo o nome do ex-ministro da Saúde, José Serra, deveu-se ao fato de que foram formuladas pelos empresários que têm pautado as investigações e acusações em torno da CPI dos Sanguessugas.
3) A revista condena a venda de dossiês e entende que cabe à Polícia Federal a investigação de tais fatos.
4) Da mesma maneira, a revista considera que as denúncias feitas pelos empresários Vedoin devem ser investigadas com profundidade para a adequada apuração dos fatos.
5) Por fim, a revista teme que manobras diversionistas possam tirar do foco central as investigações sobre as graves denúncias a respeito da Máfia das Ambulâncias.
São Paulo, 18 de setembro de 2006.
Domingo Alzugaray
Editor e diretor responsável


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