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"IstoÉ" nega ter comprado dossiê ou entrevista
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O editor e diretor responsável da "IstoÉ", Domingo Alzugaray, distribuiu comunicado
afirmando que a revista "não
compra e nunca comprou dossiês ou entrevistas". Na nota,
"condena a venda de dossiês" e
diz que "cabe à Polícia Federal
a investigação de tais fatos".
Ele diz que a reportagem em
que Darci Vedoin e seu filho
Luiz Antônio Vedoin acusam o
ex-ministro da Saúde José Serra de envolvimento com a máfia das ambulâncias "é resultado de trabalho jornalístico".
O redator-chefe da "IstoÉ",
Mário Simas Filho, que assina a
reportagem, disse à Folha que,
"se soubesse que alguém estaria comprando alguém para
que alguém desse a entrevista,
também teria publicado isso".
"Da minha assinatura para
trás, não sei o que aconteceu",
diz. "Não tenho nenhuma informação que envolva dinheiro
nesse processo." Simas diz que
o fato de Serra e o ex-secretário-executivo do Ministério da
Saúde Barjas Negri não terem
sido ouvidos "foi uma avaliação
da revista, porque era entrevista do tipo pingue-pongue".
"Fui procurado por uma fonte antiga, cujo nome devo preservar, dizendo que os Vedoin
estavam entregando documentos bancários à Justiça Federal,
que isso iria acabar envolvendo
o Serra e o Barjas Negri na
Operação Sanguessuga e que
eles estavam dispostos a dar
uma entrevista", diz.
Simas diz que foi levado à casa dos Vedoin, em Cuiabá, pelo
advogado dos empresários. Lá,
foi autorizado a fotografar todos os documentos. "Não permitiram que eu tivesse cópias",
diz. "Em nenhum momento,
foi falado para mim em fita de
vídeo ou em foto", disse.
"Tive o cuidado de ligar para
o Ministério Público, em Cuiabá, para saber se, de fato, aqueles documentos tinham sido
entregues ao órgão. E isso foi
confirmado", afirma.
"Acho que tudo que eles falaram tem que ser investigado.
Eu estou investigando. Vou
soltar mais matérias nesta semana. Eles deram um monte
de pistas e nenhuma delas eu
escondi", diz Simas.
Leia a íntegra da nota.
"A Revista IstoÉ, em virtude das informações veiculadas nos últimos dias, esclarece que:
1) Não compra nem nunca comprou
dossiês ou entrevistas. A reportagem publicada na sua edição de número 1.926, do
final de semana, é resultado de trabalho
jornalístico da sua própria equipe.
2) A decisão de publicar as denúncias
envolvendo o nome do ex-ministro da
Saúde, José Serra, deveu-se ao fato de que
foram formuladas pelos empresários que
têm pautado as investigações e acusações
em torno da CPI dos Sanguessugas.
3) A revista condena a venda de dossiês
e entende que cabe à Polícia Federal a investigação de tais fatos.
4) Da mesma maneira, a revista considera que as denúncias feitas pelos empresários Vedoin devem ser investigadas com
profundidade para a adequada apuração
dos fatos.
5) Por fim, a revista teme que manobras diversionistas possam tirar do foco
central as investigações sobre as graves
denúncias a respeito da Máfia das Ambulâncias.
São Paulo, 18 de setembro de 2006.
Domingo Alzugaray
Editor e diretor responsável
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