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Procurador investiga Banco do Nordeste
Sete funcionários, incluindo atual e ex-presidente, tiveram bloqueio de bens pedido por procurador
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
O Ministério Público Federal
pediu o bloqueio dos bens e a
quebra dos sigilos bancário e
fiscal de sete funcionários e ex-funcionários do BNB (Banco do
Nordeste do Brasil), entre eles
o atual presidente, Roberto
Smith, e o anterior, Byron
Queiroz, e de seis agências de
publicidade, por improbidade
administrativa.
Para o procurador da República Alessander Sales, há indícios de irregularidades no pagamento de reajustes na renovação de contratos do banco
com as agências (acima do limite estipulado pela lei de licitações, de 25% sobre o valor estipulado em contrato).
O juiz Francisco Roberto
Machado, da 6ª Vara Federal,
notificou ontem as partes e deu
15 dias para a defesa.
Para fazer as acusações, o
procurador se baseou em uma
auditoria do TCU (Tribunal de
Contas da União). Segundo os
auditores, na gestão de Queiroz, os contratos assinados com
duas agências de publicidade
em 2000 previam gastos de até
R$ 3 milhões, para cada, ao ano,
mas chegaram a um total de R$
52,4 milhões, em 2003.
O banco chegou a contratar
um advogado, em 2003, com
dispensa de licitação, justamente para verificar a legalidade das renovações dos contratos com as agências e o valor
dos reajustes. O advogado considerou os contratos inválidos.
Na gestão de Smith, os contratos com dois consórcios de
publicidade, fechados em 2003,
têm custos somados de R$ 18
milhões. Porém, segundo a auditoria do TCU, o banco chegou
a pagar, até agosto de 2005, R$
33,8 milhões, R$ 11,3 milhões a
mais do que o limite legal.
O ministro Benjamin
Zymler, do TCU (Tribunal de
Contas da União), ainda analisa
o caso. Ele chegou a determinar
a suspensão dos contratos da
atual gestão, mas voltou atrás.
O BNB informou que o próprio TCU considerou a auditoria feita pelo escritório do tribunal em Fortaleza "equivocada", ao autorizar a continuidade dos contratos de publicidade
do banco. Para o banco, o equívoco aconteceu porque, em vez
de considerar os custos de R$
18 milhões anuais, concluiu que
esse valor fosse válido para
quatro anos seguidos. Segundo
a assessoria do BNB, não houve
reajustes acima do limite estipulado por lei.
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