São Paulo, terça-feira, 19 de outubro de 2004

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Cúpula do PFL vem a SP para apoiar Serra

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), e membros da cúpula nacional do partido desembarcam hoje em São Paulo para declarar oficialmente o apoio ao candidato do PSDB à prefeitura paulistana, José Serra.
A vinda dos pefelistas a São Paulo tem como objetivo demonstrar a consolidação da aliança entre duas legendas em uma frente de oposição nacional ao PT. Além de Maia, estarão presentes o presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen, os senadores Marco Maciel (PFL-PE) e José Agripino (PFL-RN), líder no Senado, e o deputado federal José Carlos Aleluia (PFL-BA), líder na Câmara dos Deputados.
"Estamos percorrendo todas as cidades onde estamos na disputa. Mas é claro que São Paulo tem importância especial nesse cenário. A composição de forças entre Rio e São Paulo tem importância fundamental para o país", disse Bornhausen. Para ele, a oposição "será a maior vitoriosa" na eleição.

Votos
Serra declarou que a presença dos aliados tem importância política, mas não agrega votos: "É mais [uma questão] política do que propriamente eleitoral".
O prefeito do Rio, Cesar Maia, também defendeu a proximidade entre o PSDB e o PFL como forma de fortalecimento de uma frente de oposição para 2006.
Os partidos, que andaram juntos nos últimos anos, ficaram rompidos por um curto período por conta de divergências em relação à candidatura presidencial do próprio Serra, em 2002.
Nas eleições de 2004, no entanto, a antiga coalizão foi retomada. Enquanto em São Paulo, por exemplo, o PSDB encabeçou a chapa, com um vice do PFL, no Rio ocorreu a situação inversa.
Apesar da demonstração de forças, o PSDB teme que essas visitas sirvam de munição para o PT acusar os tucanos de tentarem federalizar a campanha municipal. Nos últimos dias, Serra recebeu a visita do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e do deputado federal Jutahy Junior (PSDB-BA).
"Se há alguém que quer federalizar [a campanha] é o PT. Se há alguém que não quer federalizar é o PSDB", afirmou o candidato.
Segundo a cúpula tucana, foram os membros do PFL que propuseram a visita. "Também estivemos em São Paulo no primeiro turno. Só o Cesar Maia que não, pois estava em campanha", explicou o senador Bornhausen.
No dia 26 de julho, Bornhausen participou de uma caminhada com Serra pelo comércio da Mooca, aproveitando a visita para manifestar sua solidariedade ao tucano. Na época, ele não quis comentar suas divergências com o tucano na campanha presidencial de 2002, que levaram ao rompimento da aliança entre os dois partidos. Além de Bornhausen, participaram daquela manifestação os senadores pefelistas Marco Maciel (PE) e Romeu Tuma (SP), o líder do partido na Câmara, José Carlos Aleluia (BA), e o vice-governador Cláudio Lembo.
Ontem, políticos dos dois partidos também negaram qualquer relação entre a visita e os ataques dirigidos ao vice de Serra, Gilberto Kassab (PFL), nos últimos dias. O PT vincula o vice ao ex-prefeito Celso Pitta, de quem ele foi secretário de Planejamento.
"O Kassab participou do governo [do ex-prefeito Celso] Pitta] por uma questão de aliança. Mas o PT é que tem que explicar porque foi buscar por conta o apoio do Maluf", disse Bornhausen.

Correndo atrás
O candidato José Serra esteve ontem pela segunda vez em menos de uma semana em campanha corpo-a-corpo na região de São Mateus (zona leste), onde ele teve quase a metade da votação obtida pela prefeita Marta Suplicy (PT). Além de atacar a gestão petista na saúde, Serra disse que terá atenção para todas as áreas da cidade, sem discriminação.
(RICARDO BRANDT e CATIA SEABRA)

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