São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 2006

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Aldo Rebelo diz que discurso tucano provoca divisão social

LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), alertou ontem sobre os riscos de a disputa política "degenerar para conflitos graves", referindo-se a um acirramento da divisão social no país.
Aldo ironizou os tucanos que, segundo ele, se julgam "portadores da modernidade", e sugeriu que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso releia "Os Sertões", de Euclides da Cunha. O presidente da Câmara recorreu à Guerra de Canudos, no fim do século 19, e afirmou que "os portadores da modernidade" às vezes chegam a "resultados desastrosos".
Mais tarde, Aldo foi ainda mais explícito: "A idéia de que os tucanos são portadores da modernidade e que os eleitores de Lula são os grotões, os burgos podres, os fanáticos do Bolsa Família, é perigosa. Leva à divisão da sociedade", disse.
Em entrevista nesta semana à rádio CBN, FHC criticou Lula, dizendo que ele se igualou ao que havia de "mais atrasado na política brasileira".
Os tucanos, entretanto, atribuem a Lula e aos petistas este discurso de "divisão da sociedade". Durante a campanha Lula reclamou "que a elite não queria um presidente nordestino e sem curso superior".
Ontem, em entrevista coletiva, o deputado Alberto Goldman (PSDB), eleito vice-governador de São Paulo, disse que, ao invés de mandar FHC reler "Os Sertões", Aldo deveria "mandar o Lula ler" a obra. "Porque esse discurso de separação é o Lula quem faz".


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