São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 2006

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PRESIDÊNCIA

Alckmin vai usar TV para falar sobre privatização

Programa poderá trazer ainda contradições do petista

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Dezenove pontos atrás do petista Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, lembrou ontem seu desempenho na reta final do primeiro turno para debelar o clima de desânimo entre aliados e potenciais doadores.
Apesar do esforço para exibir otimismo, Alckmin também analisou as causas e cobrou dos tucanos maior veemência para reversão dos números do Datafolha.
O programa de TV poderá expor contradições de Lula. Segundo o presidente do PPS, Roberto Freire (PE), estão reservadas imagens em que Lula, com a mesma roupa, critica a transposição do São Francisco em Sergipe e a defende no Rio Grande do Norte. As cenas já foram submetidas ao advogado da campanha.
Alckmin lamenta que os tucanos não tenham sido suficientemente convincentes para evitar a associação de seu nome à privatização. E chegou a afirmar que o partido e a coordenação de comunicação da campanha têm obrigação de responder ao PT.

Horário eleitoral
Segundo o coordenador-geral da campanha, Sérgio Guerra (PE), Alckmin usará o horário eleitoral para descartar a hipótese de privatização no seu governo. "Há ainda dez dias de propaganda para desfazer esse boato. Até lá, eles vão ter que explicar muita coisa", disse.
Alckmin também atribuiu o resultado a uma paralisia dos aliados nos dez primeiros dias do segundo turno. "Houve um hiato", alegou Freire.
Ontem, tucanos repetiam que o Datafolha retratou um cenário superado e que a tendência é de redução da vantagem de Lula.
Mas reconheciam seu impacto, tanto que tiveram que tranqüilizar aliados: "É natural o comentário: "Como é que é?" Mas não é só de doador. É de todo mundo", disse o tesoureiro Paulo Bressan.
O coordenador do programa, João Carlos Meirelles, admitiu: "Em termos de conforto psicológico, seria muito bom que estivéssemos à frente. Mas, de repente, afrouxaríamos".
Meirelles também reconhece ser natural que eleitores façam a aposta em quem está à frente. "Só nós, corintianos e flamenguistas, que temos a crença em Deus que é maior. Não precisamos ganhar, podemos perder. Sempre acreditamos que o time é o maior", comparou.
Ontem, o coordenador da campanha tucana em São Paulo, José Henrique Lôbo, já condenou que se busque bode expiatório no PSDB.


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