Ministério da Saúde estima investir R$ 74 milhões neste ano com o projeto

Para presidente, internação domiciliar não pode ser uma forma de os responsáveis pela rede hospitalar ficarem "livres de um velhinho"

LUCIANA CONSTANTINO
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Bem-humorado e sorridente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quebrou o protocolo ontem em solenidade no Palácio do Planalto, indo ao microfone fazer perguntas ao ministro da Saúde, Agenor Álvares, sobre o programa de internação domiciliar voltado a idosos, medida anunciada no evento.
Ao questionar o ministro, o presidente cobrou fiscalização do programa de internação, dizendo que não pode haver facilidade para "alguns malandros que tomam conta de hospital". Lula disse que a internação domiciliar não pode ser uma forma de o responsável pela rede hospitalar "se ver livre de um velhinho". Ouviu de Álvares que "a malandragem" está "sempre sendo criativa para fraudar os recursos públicos".
Lançado dentro das normas da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, o programa, que começa a ser instalado no próximo mês em municípios que aderirem à medida, atenderá ainda portadores de doença crônico-degenerativa por meio do Sistema Único de Saúde. O atendimento na casa do paciente será feito por uma equipe de profissionais. O ministério prevê a criação de cem equipes neste ano -gasto estimado de R$ 74 milhões. No país, há cerca de 17,7 milhões de pessoas com mais de 60 anos.
Dizendo-se "velhinho" e na "terceira idade", Lula -que fará 61 anos dia 27- também lançou a caderneta de saúde para o idoso, mas não pôde mostrá-la devido à legislação eleitoral.
Pela terceira semana, ele usa a quarta-feira para lançar boas notícias, à espera de um impacto positivo na eleição. Primeiro foi a MP que liberou R$ 1,5 bilhão do Orçamento e, depois, o pacote de educação.


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