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Encontro de apoio a Lula reúne artistas e intelectuais no Rio
DA SUCURSAL DO RIO
O ato de campanha com a
presença do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) anteontem à noite no Rio reuniu
críticos do setor cultural e político que, no primeiro turno, votaram em outros candidatos.
O sociólogo petista Emir Sader anunciou a adesão de quatro intelectuais que votaram
em Heloísa Helena (PSOL) em
1º de outubro: os sociólogos
Francisco de Oliveira e Michel
Löwy (este radicado na França), o filósofo Leandro Konder
e o caricaturista Ziraldo.
Alguns pedetistas também
compareceram ao evento que
reuniu artistas, esportistas, intelectuais e políticos na casa de
shows Canecão.
O ex-deputado Vivaldo Barbosa, do Diretório Nacional do
PDT, declarou o voto pela reeleição. Seu partido, que lançou
Cristovam Buarque, decidiu-se
pela neutralidade.
A vice-presidente nacional
de honra do PDT, a cantora
Beth Carvalho, disse que vai se
desfiliar da sigla por discordar
da direção.
Antes de discursar no palco,
ela afirmou: "Ser neutro é negar [Leonel] Brizola, [Getúlio]
Vargas e Jango [João Goulart]".
No primeiro turno a cantora já
votara no presidente.
Lula obteve no Rio resultado
similar à sua média nacional no
primeiro turno. A última pesquisa Datafolha indica que o
presidente recuperou-se no Estado: está com 68% de intenção
dos votos válidos, contra 60%
no país.
O ato com artistas indica
uma relativa reunificação da
esquerda fluminense. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ)
definirá sua opção no fim de semana. Os militantes próximos
a ele defendem o voto em Lula,
e não nulo ou branco.
Artistas
Lula foi ovacionado aos gritos de "é campeão". O presidente vestiu luvas de boxe, que lhes
foram colocadas pelo ex-campeão mundial de boxe Acelino
Freitas, o Popó.
Em clima de festa, o governador eleito da Bahia, Jacques
Wagner (PT), foi recebido pelo
público com palavras de ordem
em referência a derrota do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). Pelo menos 11
ministros compareceram ao
ato.
Avesso à euforia provocada
com a divulgação do levantamento do Datafolha, o ministro
Marco Aurélio Garcia pregou,
embora tenha falado em "confortável vantagem": "Este não é
um momento de salto alto".
O ministro da Cultura, Gilberto Gil, afirmou que "este governo honrou os planos e sonhos de 2002". Há quatro anos
o setor cultural pró-Lula também encheu o Canecão.
O compositor Chico Buarque
não foi, mas enviou carta de
apoio, como também fez o ator
Paulo Betti. Há semanas Betti
disse não ser possível fazer política "sem meter a mão na
merda"".
O produtor de cinema Luiz
Carlos Barreto opinou sobre
ética: "O mensalão não era
mensalão. Era anuidade. Isto é
do jogo político. Faz parte da
ética política. A ética política é
muito elástica".
Ao ser anunciado o apoio do
senador Marcelo Crivella
(PRB) -ausente- ao candidato do PT, ouviram-se vaias.
Lula disse que o segundo turno foi "obra de Deus", porque
aumentou a mobilização a seu
favor.
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