São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 2006

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Encontro de apoio a Lula reúne artistas e intelectuais no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

O ato de campanha com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anteontem à noite no Rio reuniu críticos do setor cultural e político que, no primeiro turno, votaram em outros candidatos.
O sociólogo petista Emir Sader anunciou a adesão de quatro intelectuais que votaram em Heloísa Helena (PSOL) em 1º de outubro: os sociólogos Francisco de Oliveira e Michel Löwy (este radicado na França), o filósofo Leandro Konder e o caricaturista Ziraldo.
Alguns pedetistas também compareceram ao evento que reuniu artistas, esportistas, intelectuais e políticos na casa de shows Canecão.
O ex-deputado Vivaldo Barbosa, do Diretório Nacional do PDT, declarou o voto pela reeleição. Seu partido, que lançou Cristovam Buarque, decidiu-se pela neutralidade.
A vice-presidente nacional de honra do PDT, a cantora Beth Carvalho, disse que vai se desfiliar da sigla por discordar da direção.
Antes de discursar no palco, ela afirmou: "Ser neutro é negar [Leonel] Brizola, [Getúlio] Vargas e Jango [João Goulart]". No primeiro turno a cantora já votara no presidente.
Lula obteve no Rio resultado similar à sua média nacional no primeiro turno. A última pesquisa Datafolha indica que o presidente recuperou-se no Estado: está com 68% de intenção dos votos válidos, contra 60% no país.
O ato com artistas indica uma relativa reunificação da esquerda fluminense. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) definirá sua opção no fim de semana. Os militantes próximos a ele defendem o voto em Lula, e não nulo ou branco.

Artistas
Lula foi ovacionado aos gritos de "é campeão". O presidente vestiu luvas de boxe, que lhes foram colocadas pelo ex-campeão mundial de boxe Acelino Freitas, o Popó.
Em clima de festa, o governador eleito da Bahia, Jacques Wagner (PT), foi recebido pelo público com palavras de ordem em referência a derrota do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). Pelo menos 11 ministros compareceram ao ato.
Avesso à euforia provocada com a divulgação do levantamento do Datafolha, o ministro Marco Aurélio Garcia pregou, embora tenha falado em "confortável vantagem": "Este não é um momento de salto alto".
O ministro da Cultura, Gilberto Gil, afirmou que "este governo honrou os planos e sonhos de 2002". Há quatro anos o setor cultural pró-Lula também encheu o Canecão.
O compositor Chico Buarque não foi, mas enviou carta de apoio, como também fez o ator Paulo Betti. Há semanas Betti disse não ser possível fazer política "sem meter a mão na merda"".
O produtor de cinema Luiz Carlos Barreto opinou sobre ética: "O mensalão não era mensalão. Era anuidade. Isto é do jogo político. Faz parte da ética política. A ética política é muito elástica".
Ao ser anunciado o apoio do senador Marcelo Crivella (PRB) -ausente- ao candidato do PT, ouviram-se vaias.
Lula disse que o segundo turno foi "obra de Deus", porque aumentou a mobilização a seu favor.


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