São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 2006

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Na TV, Lula nega "compra" de apoio de Blairo Maggi

ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Em entrevista ao "Jornal da Record", ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou pela primeira vez a liberação de recursos ao governador reeleito do Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), e negou que tenha relação com o apoio de Blairo no segundo turno.
"Não existe a possibilidade (...) de liberar R$ 1 bilhão por (...) um apoio. Estamos discutindo com vários Estados e com vários setores que tipo de política o governo pode adotar para a correção dos prejuízos que os agricultores brasileiros tiveram", afirmou.
Criticado por não ter gerado 10 milhões de empregos, promessa que nega ter feito, o presidente não fez previsões para o eventual segundo mandato. Lula disse que só pode prometer crescimento. "Não tem uma meta a perseguir [de criação de empregos]. O que tem é um compromisso de fazer a economia brasileira crescer."
Ele afirmou que, na campanha de 2002, disse que o Brasil precisaria criar 10 milhões de empregos, mas que nunca chegou a prometê-los. O petista ficou irritado quando a entrevistadora Adriana Araújo disse que os empregos criados eram menos da metade da meta. "Não fala isso", afirmou. Em seguida, disse que o Brasil criou 7,6 milhões de empregos em seu governo, dos quais "5 milhões e pouco" com registro.

Debate
O candidato à reeleição disse que seu adversário, Geraldo Alckmin (PSDB), saiu perdendo com o que chamou de agressividade no confronto na TV Bandeirantes, no início do segundo turno. "Depois do debate eu só cresci, e ele só caiu."
Questionado se é a favor de greves em locais essenciais à população, como hospitais, Lula se estendeu. "Eu, como dirigente sindical, acho que as greves têm que ser feitas de forma diferente. O trabalhador que trabalha no Metrô, não precisa parar. Ele pode abrir a catraca para o povo andar de graça."
Sobre as invasões de propriedades, o presidente, que é apoiado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), não deu resposta direta. "Enquanto não resolvermos (...) a reforma agrária no Brasil, nós não vamos controlar a questão da invasão. Eu poderia dizer que sou contra, mas elas acontecem. Quando elas acontecem, você tem que tratar delas como elas são".
O presidente também disse que só a Itália, na operação Mãos Limpas, combateu mais o crime organizado do que ele.


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