São Paulo, segunda-feira, 19 de novembro de 2001

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PAINEL


Trunfo mineiro
Itamar Franco e José Sarney combinaram de encontrar-se nesta semana para tratar da sucessão. A intenção do mineiro é dar um recado à cúpula governista do PMDB. Se forem mudados os critérios das prévias, Itamar pode promover uma dissidência já no primeiro turno.

Marcar posição
Roseana Sarney não é a candidata dos sonhos de Itamar. Mas o mineiro pode apoiá-la, se acabar impedido pela cúpula do PMDB de disputar a eleição. E desde que a candidatura da pefelista represente um problema para FHC e para o PSDB.

Saco de risadas
O comediante Tom Cavalcante tem elogiado Tasso Jereissati (PSDB) em seus shows. Ele apresentava comícios do então candidato a governador, em 86. José Serra também é citado nas apresentações. Mas sempre como personagem de piadas.

Consequências do racha
Serristas estão inquietos. Consideram que o governador Tasso Jereissati não tem como vencer a disputa contra o ministro da Saúde pela candidatura tucana ao Planalto. Mas poderá provocar grandes estragos na estratégia traçada por José Serra.

Fenômeno de mídia
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), mandou aumentar de R$ 7,8 milhões para R$ 10,4 milhões a previsão orçamentária dos gastos diretos do seu governo com comunicação no ano eleitoral de 2002.

Embate petista
Está definida a data das prévias do PT para o governo do Rio de Janeiro: 9 de dezembro. Benedita da Silva e o deputado Milton Temer, da esquerda do partido, estão na disputa.

Vitamina extra
Cotado para ser o vice de Lula, o senador José Alencar (MG) será a estrela do programa de TV do PL, a ser exibido na quinta.

Avião retido
O governo já enfrenta resistências ao "Jumbão" de R$ 15,3 bilhões que enviou ao Congresso no final de outubro. Trata-se de um pacote de projetos de suplementação orçamentária que alteram a destinação de recursos aprovada pelo Congresso.

Barganha bilionária
Na audiência que teve com FHC na última terça-feira, o líder do PMDB Geddel Vieira pediu ao presidente que liberasse primeiro os R$ 2 bilhões relativos às emendas coletivas dos congressistas, para só então tentar a aprovação do "Jumbão".

Lição esquecida
Segundo os líderes do PPS, a Câmara dos Deputados informou ao partido que o governo incluiu no "Jumbão" R$ 319 milhões destinados a projetos que fazem parte do relatório do TCU sobre obras com indícios de graves irregularidades.

Laçador de idéias
O deputado João Paulo (PT) propôs a Aécio Neves (PSDB) a criação de um indicador de responsabilidade social, para forçar os governos a investirem na área social. Aécio gostou tanto da idéia que o petista desistiu. "Vi que estava entregando o ouro ao bandido", comentou.

Aliança irrestrita
O senador José Eduardo Dutra (PT) poderá não disputar o governo do Sergipe. Não gostou do fato de o PT estadual ter proibido a coligação com o PTB.

Ecos do passado
A Setembro Propaganda (agência que coordenou a campanha de Collor) e o ex-prefeito de Uberaba (MG) Luiz Guarita Neto foram condenados a devolver à prefeitura recursos comprometidos em suposta licitação viciada. Cabe recurso.

Receita simulada
Ao analisar ação popular, o juiz Lénin Ignachitti, da 4ª Vara Cível de Uberaba, estranhou que só a Setembro, de BH, tivesse participado da licitação da prefeitura local. O contrato inicial era de R$ 150 mil. Meses depois, chegou a R$ 3 milhões.


TIROTEIO
Do líder do PT na Câmara dos Deputados, Walter Pinheiro (BA), sobre o pacote antigreve baixado por FHC:
- É o Ato Institucional tucano, o AI-45 [número do PSDB".


CONTRAPONTO
Primo pobre

Anthony Garotinho promoveu, dias atrás, uma festa para comemorar o aniversário de um ano de um restaurante popular no Rio. O restaurante oferece para pessoas carentes 3.000 refeições por dia, a R$ 1 cada. O custo é subsidiado pelo governo.
Na hora de cortar o bolo, Garotinho chamou um ex-morador de rua e lhe ofereceu o primeiro pedaço.
- Como é o seu nome?- perguntou o governador.
A resposta surpreendeu-o:
- Roberto Marinho.
Rindo, o governador disse que não acreditava.
O homem, então, tirou do bolso a carteira de identidade.
- Bom, espero, então, que o senhor ganhe muito dinheiro...- rendeu-se o governador. Ele fez um pequeno suspense antes de completar:
- Mas não tanto quanto o outro [Roberto Marinho]. Porque aí é problema.


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