São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 2002

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PAINEL

Tesoura petista
O PT pretende cortar despesas com obras e custeio da máquina pública no Orçamento de 2003 para reforçar a verba para áreas sociais, como educação, saúde e saneamento. A proposta que está em discussão no Congresso prevê que os investimentos sociais sejam R$ 2,8 bilhões menores do que em 2002.

Herança social
O Orçamento de 2003 prevê uma redução de R$ 1,7 bilhão em gastos na saúde e de R$ 959 milhões na educação. Nesta área, o programa de alimentação escolar perdeu R$ 111 milhões. Já em saneamento, o corte previsto é de R$ 144 milhões. Os dados são do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos).

Controle estratégico
O PT avisou aos aliados que não abrirá mão dos cargos mais importantes de cada ministério. INSS, Caixa Econômica, Banco do Brasil, Ibama e Funai, por exemplo, serão dirigidos por petistas, mesmo que o ministro de cada área pertença a outros partidos da aliança governista.

Nuvem carregada
Depois de ser derrotado por Lula, o senador José Serra (PSDB) sofreu outra decepção em 2002. Palmeirense fanático, viu seu time ser rebaixado para a segunda divisão do Brasileiro.

Território inimigo
Valdemar Costa Neto (PL-SP) tem feito reuniões com governadores eleitos e reeleitos de oposição a Lula. Tenta inchar sua bancada e criar ponte entre eles e o petista. Alega ter obtido acordos com Marconi Perillo (GO) e Cunha Lima (PB), ambos do PSDB, Paulo Souto (PFL-BA) e Joaquim Roriz (PMDB-DF).

Lobby adversário
O PFL avisou ao PT que só não lançará candidato à presidência do Senado, cuja eleição será em fevereiro, se o nome escolhido pelo PMDB for José Sarney (AP). Caso os peemedebistas insistam no senador Renan Calheiros (AL), terão de enfrentar o pefelista Marco Maciel (PE).

Solução cubana
Fidel Castro disse à deputada federal Esther Grossi (PT-RS), durante jantar em Cuba na última sexta-feira, que poderá vir ao Brasil tanto no dia 1º como no dia 6 de janeiro para a posse de Lula. Castro contou que ainda não foi convidado pelo petista.

Hora da revanche
Tasso Jereissati lançou seu nome para a presidência do PSDB. A troca do comando da sigla ocorrerá em maio. O senador eleito já articulou o apoio do governador reeleito Geraldo Alckmin (SP) e dos eleitos Aécio Neves (MG) e Lúcio Alcântara (CE), seu afilhado político.

Prato frio
O objetivo de Tasso é tirar o poder do grupo paulista do PSDB, cuja principal figura é José Serra. O ex-governador do CE ainda não engoliu o fato de ter sido preterido no partido na disputa presidencial e quer tirar de Serra a chance de concorrer novamente ao Planalto em 2006.

Ação e reação
A equipe de transição e a liderança do PT no Senado receberam do deputado federal eleito João Alfredo (PT-CE) dossiês sobre supostas irregularidades na direção do Dnocs (órgão federal de obras contra secas). Mão Santa (PMDB-PI) faz lobby para que Lula mantenha no cargo o atual diretor-geral.

Visitas à Folha
Pedro Parente, ministro-chefe da Casa Civil, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Ijalmar Maia Nogueira, assessor especial.
 
Milú Villela, presidente do Faça Parte-Instituto Brasil Voluntário e do Centro de Voluntariado de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhada de Luís Norberto Pascoal, presidente da Fundação Educar DPaschoal.
 
Aloizio Mercadante (PT-SP), deputado federal e senador eleito, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Patrícia de Paula, assessora de imprensa.

TIROTEIO

De Michel Temer (SP), presidente do PMDB, sobre políticos da sigla tentarem destituir o atual comando peemedebista:
- Todo movimento que tenta interromper um mandato legitimamente escolhido por voto é um movimento golpista.

CONTRAPONTO

Amnésia eleitoral

Na semana seguinte ao segundo turno da eleição presidencial, parlamentares e assessores do PT voltaram a Brasília e saíram para comemorar o aniversário do deputado Gilmar Machado (MG) em um restaurante.
Os deputados Walter Pinheiro (BA) e Henrique Fontana (RS) foram ao lugar combinado no mesmo carro, dirigido pelo chefe de gabinete do gaúcho.
Os petistas jantaram e depois esticaram a festa, conversando sobre as eleições. Cansado, o chefe de gabinete de Fontana foi embora e o deixou no local.
Mais tarde, quando decidiu ir embora, Fontana pediu o celular de Pinheiro emprestado.
- Mas para quem você vai ligar a essa hora da noite?- perguntou Pinheiro.
Fontana respondeu:
- Para o meu chefe de gabinete. Fiquei tanto tempo fora de Brasília que esqueci meu endereço. Tenho que perguntar.


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