São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 2002

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TRANSIÇÃO

Petista fez anúncio, sem citar cargo, em inauguração em Ribeirão Preto

Lula confirma Palocci como primeiro nome do governo

LILIAN CHRISTOFOLETTI
ENVIADA ESPECIAL A RIBEIRÃO
EVANDRO SPINELLI
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO

Sem mencionar cargos, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou o primeiro nome que irá compor seu governo: Antônio Palocci Filho (PT), que deverá renunciar à Prefeitura de Ribeirão Preto (interior de São Paulo) provavelmente amanhã.
O convite ou a "convocação", como prefere Palocci, foi feito por Lula durante a inauguração de uma estação de tratamento de esgoto na cidade, um dos projetos prioritários do prefeito, que reassumiu ontem o cargo.
"Eu só não posso dizer a função [o cargo], mas posso garantir que Palocci dificilmente voltará a ser prefeito de Ribeirão Preto", afirmou Lula, ao lado de Palocci. "Ele terá um papel de destaque [no novo governo]", completou Lula.
No novo governo, o prefeito deverá ocupar uma pasta na área econômica (Fazenda ou Planejamento) ou um ministério político (Casa Civil ou Secretaria Geral).
Palocci, que é coordenador da equipe de transição do PT, afastou-se da prefeitura por 90 dias para ajudar na campanha presidencial de Lula. Precisou voltar ontem porque seu prazo de licença do cargo venceu na sexta-feira.
Antes de aceitar publicamente o convite do novo presidente, Palocci disse que fará uma consulta popular, mas deu a senha: "Um pedido do presidente eu não posso recusar. Só pedi a ele para ficar alguns dias em Ribeirão porque quero conversar com a população", afirmou.
Com relação a cargos, disse estar disposto a ajudar Lula naquilo que for preciso. Na verdade, os petistas seguem orientação do próprio Lula e do presidente nacional do partido, José Dirceu, que proibiram comentários especulativos em relação à formação do novo governo petista.
Pela Lei Orgânica de Ribeirão Preto, o prefeito pode ficar fora da cidade por até 15 dias e continuar a receber o salário de R$ 12,9 mil por mês. A presença do presidente eleito no evento ontem tinha como objetivo tentar amenizar a possível repercussão negativa da renúncia de Palocci, já que o prefeito, quando ainda era candidato, assinou em setembro de 2000 uma declaração, registrada em cartório, dizendo que cumpriria integralmente seu mandato.
Solícito ao prefeito, Lula fez um discurso alertando para a "seriedade" do momento e para a "necessidade" de Palocci estar ao seu lado no novo governo.
"Este é o momento mais sério e de maior responsabilidade de toda a nossa história. Não posso vacilar e deixar de escolher o que a gente tem de melhor por esse país afora, mesmo que, em alguns casos, como aqui em Ribeirão Preto, vocês fiquem sem um prefeito de quem gostam", afirmou Lula.
O presidente eleito evitou falar em cargos ou em outras indicações de ministros para seu governo. Ele comparou o ato de montar a equipe de governo à convocação de um time de futebol.
"Você tem um monte de jogadores que são titulares, mas só poderá levar 20, 21 ou 22. No nosso time não tem reservas, são todos titulares, ninguém vai ficar no banco de reserva", afirmou o presidente eleito.


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