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TRANSIÇÃO
Petista fez anúncio, sem citar cargo, em inauguração em Ribeirão Preto
Lula confirma Palocci como primeiro nome do governo
LILIAN CHRISTOFOLETTI
ENVIADA ESPECIAL A RIBEIRÃO
EVANDRO SPINELLI
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
Sem mencionar cargos, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da
Silva, confirmou o primeiro nome que irá compor seu governo:
Antônio Palocci Filho (PT), que
deverá renunciar à Prefeitura de
Ribeirão Preto (interior de São
Paulo) provavelmente amanhã.
O convite ou a "convocação",
como prefere Palocci, foi feito por
Lula durante a inauguração de
uma estação de tratamento de esgoto na cidade, um dos projetos
prioritários do prefeito, que reassumiu ontem o cargo.
"Eu só não posso dizer a função
[o cargo], mas posso garantir que
Palocci dificilmente voltará a ser
prefeito de Ribeirão Preto", afirmou Lula, ao lado de Palocci. "Ele
terá um papel de destaque [no novo governo]", completou Lula.
No novo governo, o prefeito deverá ocupar uma pasta na área
econômica (Fazenda ou Planejamento) ou um ministério político
(Casa Civil ou Secretaria Geral).
Palocci, que é coordenador da
equipe de transição do PT, afastou-se da prefeitura por 90 dias
para ajudar na campanha presidencial de Lula. Precisou voltar
ontem porque seu prazo de licença do cargo venceu na sexta-feira.
Antes de aceitar publicamente o
convite do novo presidente, Palocci disse que fará uma consulta
popular, mas deu a senha: "Um
pedido do presidente eu não posso recusar. Só pedi a ele para ficar
alguns dias em Ribeirão porque
quero conversar com a população", afirmou.
Com relação a cargos, disse estar disposto a ajudar Lula naquilo
que for preciso. Na verdade, os
petistas seguem orientação do
próprio Lula e do presidente nacional do partido, José Dirceu,
que proibiram comentários especulativos em relação à formação
do novo governo petista.
Pela Lei Orgânica de Ribeirão
Preto, o prefeito pode ficar fora da
cidade por até 15 dias e continuar
a receber o salário de R$ 12,9 mil
por mês. A presença do presidente eleito no evento ontem tinha
como objetivo tentar amenizar a
possível repercussão negativa da
renúncia de Palocci, já que o prefeito, quando ainda era candidato, assinou em setembro de 2000
uma declaração, registrada em
cartório, dizendo que cumpriria
integralmente seu mandato.
Solícito ao prefeito, Lula fez um
discurso alertando para a "seriedade" do momento e para a "necessidade" de Palocci estar ao seu
lado no novo governo.
"Este é o momento mais sério e
de maior responsabilidade de toda a nossa história. Não posso vacilar e deixar de escolher o que a
gente tem de melhor por esse país
afora, mesmo que, em alguns casos, como aqui em Ribeirão Preto,
vocês fiquem sem um prefeito de
quem gostam", afirmou Lula.
O presidente eleito evitou falar
em cargos ou em outras indicações de ministros para seu governo. Ele comparou o ato de montar
a equipe de governo à convocação
de um time de futebol.
"Você tem um monte de jogadores que são titulares, mas só poderá levar 20, 21 ou 22. No nosso
time não tem reservas, são todos
titulares, ninguém vai ficar no
banco de reserva", afirmou o presidente eleito.
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