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TRANSIÇÃO
Partido pretende reformar legislação trabalhista sem reduzir salários
PT vai defender redução da jornada de trabalho em 2003
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT iniciará, no ano que vem,
as discussões sobre a reforma na
legislação trabalhista defendendo
a redução da jornada de trabalho
de 44 horas para 40 horas semanais, sem a redução dos salários.
A diminuição da jornada de trabalho é um dos compromissos de
campanha do partido e é defendida por setores que apoiaram a
candidatura de Luiz Inácio Lula
da Silva, como algumas centrais
sindicais. Na semana que vem, o
presidente eleito deve se encontrar com sindicalistas para agradecer o apoio recebido na eleição
e reforçar a sua disposição de redução das horas trabalhadas.
As discussões sobre a redução
da jornada devem, entretanto, ser
conduzidas pelo Fórum Nacional
do Trabalho, que será criado no
governo Lula e contará com a participação de trabalhadores, empresários e governo.
"O fórum será o local para discussão e exposição de cada uma
das partes", afirmou o coordenador do programa de emprego do
PT, Antonio Prado. Para ele, o debate sobre a criação de um novo
código do trabalho deve ter espaço somente em 2004, depois da
aprovação das reformas tributária e da Previdência, consideradas
as mais urgentes.
A redução das horas de trabalho
conta com o apoio da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e
desperta algumas dúvidas na
Fiesp (Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo).
Para o presidente da CUT, João
Felício, a redução para 40 horas
fomentará novas contratações.
"Se for realizada em compasso
com a reforma tributária, aumentará o número de empregos."
Roberto Faldini, diretor da
Fiesp, acha que a mudança na jornada de trabalho pode tornar a indústria nacional menos competitiva. "Os salários devem ser proporcionais às horas trabalhadas.
As empresas brasileiras já têm um
custo de produção muito elevado
por diversos fatores. Não podemos elevar isso ainda mais."
Segundo Faldini, o consumidor
é quem mais perde com o aumento do custo de produção. "O preço
final do produto pode aumentar.
E aí, teremos um impacto inflacionário, o que ninguém quer."
O PT afirma que haverá compensações para que os empresários apóiem a redução da jornada
de trabalho. Prado citou como
exemplo a política de substituição
das importações e a reforma tributária que desonera a produção.
Outros pontos
A reforma na legislação trabalhista do PT prevê também, entre
outros pontos, o fim do imposto
sindical, a legalização das centrais
sindicais e a diminuição das horas
extras previstas por lei. O partido
será a favor também da manutenção de direitos adquiridos, como
a licença maternidade.
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