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São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2003

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BATE-BOCA NO PFL

ACM briga com Bornhausen e fala em ruptura

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em um bate-boca que significou o rompimento entre duas lideranças do PFL, o senador Antonio Carlos Magalhães (BA) acusou ontem o presidente do seu partido, Jorge Bornhausen (SC), de "roubar" recursos do caixa do PFL para privilegiar um grupo político em detrimento de outros. A briga foi presenciada por vários senadores.
Após a discussão -que o próprio ACM considerou "um rompimento" com Bornhausen-, o senador baiano protocolou requerimento à Comissão Executiva Nacional do PFL pedindo prestação de contas sobre os recursos financeiros do partido.
Por meio de sua assessoria, Bornhausen disse que não comentaria "divergências com outros filiados do PFL" e que se tratava de uma "questão interna". O presidente do PFL prometeu responder a ACM na reunião da Executiva, prevista para amanhã.
Quanto ao requerimento, o presidente pefelista disse que todas as informações solicitadas à tesouraria e outros órgãos do partido serão fornecidas.
O que motivou o confronto verbal entre ACM e Bornhausen foi a transcrição no site do PFL, anteontem, de uma reportagem do jornal "A Tarde" -concorrente do jornal do senador "Correio da Bahia"-, intitulada "ACM Neto ainda tem muito que aprender".
Na reportagem, o líder do PFL na Câmara dos Deputados, José Carlos Aleluia (BA), critica o deputado ACM Neto. Ex-carlista, Aleluia tem hoje disputa política com o grupo de ACM na Bahia.
O senador baiano considerou "um absurdo" o noticiário no site oficial do seu partido e decidiu cobrar ontem de Bornhausen, de forma áspera, por achar que o presidente do PFL está "protegendo" Aleluia.
Ao ser abordado por ACM, Bornhausen respondeu que na véspera havia feito o que podia, tendo determinado que a reportagem fosse retirada do site, assim que recebeu telefonema do senador César Borges (PFL-BA).
"Você não fez o que devia e terá de prestar contas do dinheiro que vocês estão roubando do partido", teria dito o baiano, segundo seu próprio relato.
Disse, ainda, que o PFL "está muito mal comandado e precisa acabar com essa panelinha que permite que quem não tem voto mande no partido".
No requerimento, ACM questiona: 1) quanto o PFL arrecada dos fundos partidários, das contribuições de seus parlamentares e filiados e de qualquer outra fonte; 2) que destinações tais recursos recebem; 3) como têm sido utilizados os meios de comunicação do partido e quais seus beneficiários, especialmente em âmbito nacional; e 4) quais serviços de consultoria têm sido contratados, com que objetivo e a que custo.
A disputa política entre Aleluia e o grupo de ACM ficou evidenciada na tramitação das reformas da Previdência e tributária. O líder orientou a bancada a votar contra enquanto o grupo comandado por ACM Neto foi fundamental para a aprovação das propostas do governo.


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