São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2008

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NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Para continuar

O julgamento do juiz foi adiado, pois o presidente do Conselho Nacional de Justiça viajou.
Mas não faltaram manchetes para o capítulo do dia na Operação Satiagraha. Na Folha Online, à noite, "Juiz desiste de promoção para continuar no caso de Daniel Dantas". No Globo Online, "Brasil tem quase 12 mil escutas autorizadas". Quanto às mais de 400 mil divulgadas pela CPI dos Grampos, o corregedor do CNJ avalia que ela "inflou".
A resposta veio ontem mesmo, com direito a áudio no "Jornal Nacional" e por toda parte, pelas mãos do deputado Raul Jungmann. Ele distribuiu a gravação da reunião de Protógenes Queiroz com superiores na Polícia Federal, quando o delegado acabou afastado. Jungmann quis destacar -e o "Jornal Nacional" fez o que queria- o suposto indício de que o presidente do Supremo foi alvo da operação.
Mas não, nada disso entrou na escalada.

OBAMA E O BRASIL RACISTA
Paulo Whitaker/news.yahoo.com
Ilustrando o racismo à brasileira, estação de metrô em São Paulo
No topo das buscas de Brasil no Yahoo News e em sites como "New York Times", "Ascensão de Obama força Brasil a olhar para a divisão racial". A reportagem especial da Reuters afirma que a eleição "expôs rachaduras na auto-imagem do país como sociedade integrada racialmente, com muitos vendo o gigante latino-americano a anos de distância de eleger um presidente negro". O "racismo velado", a "discriminação latente" se revela nos indicadores de educação e saúde "e é ilustrada pela presença rara de negros na TV e na publicidade".

AFRO-LATINOS
Também o espanhol "El País" abordou "o maior país negro fora da África", sublinhando que em dois anos "os negros e pardos superarão aos brancos". Avalia que, "apesar da multiplicação de políticas contra a desigualdade", ela prossegue no Brasil. Mas arrisca que esta pode ser "a hora dos afro-latinos".

AFRO-BRASILEIROS
Por aqui, a cobertura começa devagar, às vésperas do Dia da Consciência Negra, amanhã. Só a estatal Agência Brasil trazia enunciados como "Discriminação nas escolas e nos livros prejudica desempenho de alunos negros" ou "Ministério amplia o ensino de história afro-brasileira", ontem na home.

AMÉRICA LATINA PÓS-CRISE
A instituição de política externa Council on Foreign Relations postou e o "Washington Post" reproduziu o estudo "América Latina: não tão isolada, afinal".
Sublinha o fim do "mito do descolamento" e os impactos da crise sobre o setor financeiro no Brasil e o petróleo da Venezuela. Mas declara seu "otimismo" diante das "diferenças-chave" de economias hoje com "orçamentos equilibrados e políticas fiscais saudáveis". Prevê polarização política, mas, "depois que a poeira baixar", vê bons presságios como o estabelecimento do "centro político, atestado pela liderança do Brasil no G20".

CHINA ETC.
O site do "New York Times" adiantou reportagem de hoje, sob o título "Países emergentes dados como chave para a recuperação global". De um encontro de executivos globais em Barcelona, na Espanha, tirou a conclusão de que "os EUA podem ter mergulhado o mundo na desaceleração aguda, mas serão necessários os esforços combinados da China e de outros emergentes para tirar a economia do que parece ser uma recessão longa e profunda".

PECHINCHAS
A Associated Press avisa que a "Crise pode significar barganhas para a China", cujas empresas já "foram às compras de companhias na Europa e ao redor do mundo, caçando pechinchas".

AMBIÇÕES
A mesma AP despachou que a "Desaceleração não diminuiu as ambições chinesas na América Latina". Já é o maior parceiro comercial do Chile e não pretende cancelar projetos de investimento, por exemplo, no Peru e no Brasil, onde planeja uma siderúrgica de US$ 3 bilhões.
Em entrevista ao "El Comercio", de Lima, o presidente Hu Jintao declarou que "as relações da China com a América Latina e o Caribe nunca foram tão próximas".

DA CHINA
A mesma AP e o site chinês Macauhub deram, por outro lado, que o Banco da China planeja abrir representação no Brasil no ano que vem, com US$ 100 milhões para começar a investir.

INSTALOU-SE
A Dow Jones, em sites como CNN Money e o "Wall Street Journal", destacou ontem a reportagem "Subsidiária da GM no Brasil está a salvo, no momento, dos infortúnios de Detroit". Por aqui, no entanto, o Radar On-line postou que "não dá mais para esconder: a crise instalou-se na indústria automobilística brasileira", com a queda de 32% nas vendas nos primeiros 17 dias de novembro. E "a GM sofre mais", com queda de quase 50%.


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