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INVESTIGAÇÃO
Maurilio Curi nega envolvimento de ex-prefeito em negócio com Melo Perez, empresa investigada pela PF
Genro de Maluf intermediou contratação
da Reportagem Local
O engenheiro Maurilio Miguel
Curi, genro de Paulo Maluf, afirmou ontem à Folha que foi ele
quem contratou a empresa Melo
Perez Terraplanagem para realizar
obras na casa e em uma empresa
do ex-prefeito paulistano.
A Melo Perez está sendo investigada pela Polícia Federal. Ela faria
parte do Grupo Monte Cristo, acusado de emitir notas falsas no valor
de milhões de reais para grandes
empresas.
"O ex-prefeito Maluf não sabia
de nada, a Melo Perez foi uma escolha minha, como engenheiro",
afirmou Curi, casado com Ligia,
uma das filhas de Maluf.
A PF descobriu que uma secretária do Monte Cristo, Sônia Mariza
Branco, aparece na Junta Comercial de São Paulo como sócia majoritária, com 90% das cotas, da Melo Perez.
As duas empresas ainda funcionam na mesma casa. Um dos sócios do Monte Cristo, Adir Assad,
é o engenheiro responsável pela
Melo Perez. Apesar dessas evidências, o sócio minoritário da empresa, Edsom Perez, nega que ela
pertença ao Grupo Monte Cristo.
Serviço prestado
Segundo Curi, ele atua como engenheiro responsável em algumas
obras executadas para Maluf. "Eu
pago pelas obras e depois sou
reembolsado", afirmou.
"Sou engenheiro responsável,
executei as obras contratando não
só a Melo Perez como outras empresas", disse ele ainda.
Curi mostrou à Folha as notas da
Melo Perez, e o número dos cheques com que foram pagas, para
demonstrar que elas não seriam
falsas. "Nós contratamos essa empresa, ela nos prestou serviço, pagamos, temos a duplicata quitada.
O que mais podemos fazer além de
acreditar na veracidade das notas?", disse.
O engenheiro disse que a Melo
Perez continua prestando serviços
para ele. "Há uma caçamba na
porta da casa do ex-prefeito, recebendo o entulho da ampliação da
garagem."
Curi negou que as notas sejam
falas. "As notas encontradas pela
PF são de importância pequena
para levantar tanta poeira. A Melo
Perez continuará a prestar serviços
para mim, não há nada que os desabone", disse.
Ainda segundo Curi, as obras
contratadas pelo ex-prefeito Maluf
estão acabando. "Em dois meses
deve terminar, daí nosso relacionamento com a Melo Perez vai se
findar", disse.
Frangogate
É a segunda vez no ano que Maurilio Curi aparece em investigações
sobre empresas relacionadas com
Paulo Maluf.
No Frangogate, investigação sobre a venda de coxas e sobrecoxas
de frango à Prefeitura de São Paulo
nas gestões Maluf e Celso Pitta
(PPB), o nome de Curi foi lembrado por Sylvia Maluf, a mulher do
ex-prefeito, durante depoimento
ao Ministério Público.
Sylvia disse que o genro era o responsável pela granja Obelisco
-fornecedora de frango vivo para
abate da empresa A D'Oro, que
vendeu as coxas e sobrecoxas à
prefeitura e é de propriedade do irmão da ex-primeira-dama.
Em depoimento em setembro,
Curi manteve a informação. Em
junho, porém, o gerente da granja
havia dito que eram Sylvia e Ligia
as responsáveis pelo negócio.
(LUIS HENRIQUE AMARAL)
Colaborou Igor Gielow, da Reportagem Local
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