São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 2002

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TRANSIÇÃO

Olívio é convidado para o governo; Nilmário vai para Direitos Humanos

Márcio Thomaz Bastos é confirmado na Justiça

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou ontem o nome do advogado Márcio Thomaz Bastos, 67, como futuro ministro da Justiça. O porta-voz do presidente eleito, André Singer, fez a confirmação em Brasília.
Também houve a divulgação de convite feito por Lula ao governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, para um cargo ainda não-especificado no primeiro escalão.
Convidado por Bastos, o deputado Nilmário Miranda (PT-MG) aceitou ontem a Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
Nas articulações para a formação do ministério, surgiu o nome do economista Guido Mantega para a pasta do Planejamento. Assessor direto de Lula há anos, ele foi convidado pelo futuro ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, para um cargo na equipe econômica. Mantega também pode assessorar Lula diretamente no Palácio do Planalto.
O deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) deve assumir as Comunicações. Segundo a cúpula petista, o deputado federal Waldir Pires (PT-BA) recusará a Corregedoria Geral da União. Lula e Pires ainda terão uma última conversa. Se ele confirmar a recusa, uma mulher ou um membro da esquerda pode ir para o posto que investiga órgãos do governo.

Justiça
Bastos será apresentado formalmente hoje à tarde por Lula em cerimônia na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília. "A apresentação na sede da OAB ocorrerá em deferência à tradição da entidade na defesa das liberdades democráticas em nosso país", afirmou Singer.
Bastos esteve na residência oficial da Granja do Torto no final da tarde, para encontro com Lula. Na saída, disse que suas prioridades no cargo serão "segurança e prestação jurisdicional [melhor acesso da população à Justiça"".
Para isso, sua idéia é fazer reformas dos códigos e do Judiciário. Ele também defendeu medidas duras de repressão ao crime organizado, sem especificar, e o reaparelhamento da Polícia Federal.
Bastos renunciou às causas que defende e negociava com o Unibanco uma forma de entregar seu patrimônio a uma administração sem sua interferência. Por iniciativa própria, ele não dará instruções para investimentos.
Já o convite feito a Olívio foi revelado pelo próprio governador, após reunião de cerca de uma hora com Lula no Torto. "Fui convidado para ser ministro pelo companheiro Lula já na campanha", disse. Amigo de Lula, Olívio é nome possível para pastas de peso no governo como Transportes, Ministério das Cidades (a ser criado) ou presidência de alguma estatal, como o Banco do Brasil.
Singer disse que a intenção do presidente eleito é terminar o anúncio do ministério até amanhã, mas assessores petistas admitem que a difícil negociação com o PMDB pode atrasar mais a divulgação completa dos nomes.
Ontem, Lula se reuniu com vários ministeriáveis no Torto. Pela manhã, recebeu o vereador de Recife Humberto Costa, nome provável para a pasta da Saúde. Também esteve com ele o deputado federal Jaques Wagner, que pode ocupar a pasta do Trabalho.
À tarde, Lula recebeu, além de Olívio, a governadora do Rio, Benedita da Silva, que após o encontro confirmou ter sido convidada para participar do governo, mas não especificou o cargo. Ela é cotada para a área social.
Quanto à Cultura, assessores petistas disseram que o nome de Gilberto Gil, que desagradou o partido ao aceitar suposto convite de Lula antes de comunicá-lo, não está confirmado. Está no páreo o secretário de Cultura de Belém, Márcio Meira. (FÁBIO ZANINI, GUSTAVO PATÚ E KENNEDY ALENCAR)


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