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UM ANO DEPOIS
Ministro atribui sua avaliação ao baixo crescimento do país neste ano e afirma que obter nota 10 é desafio
Furlan só dá nota 6 ao governo e diz que resta muito a fazer
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
Luiz Fernando Furlan, atribuiu
uma nota mediana ao primeiro
ano do governo de Luiz Inácio
Lula da Silva. "Eu daria nota 6",
disse ontem o ministro.
Questionado se não era um conceito muito baixo, Furlan respondeu que não e justificou: "Ainda
temos muita coisa para fazer". Ele
disse que, ao dar a nota 6, criava
um desafio para chegar ao 10.
Entre as razões para sua avaliação, argumentou, está a falta de
crescimento neste ano. As estimativas para o crescimento do PIB
(Produto Interno Bruto) em 2003
ficam próximas do zero.
Ao longo do ano, Furlan discordou da política econômica em pelo menos dois assuntos cruciais:
taxa de juros e câmbio. Em abril,
antes do início dos cortes de juros
pelo Banco Central, o ministro
defendeu a queda da Selic (taxa
básica de juros da economia). Na
mesma época, reclamou da valorização do real, que tende a prejudicar o desempenho das exportações brasileiras.
Política industrial
A pasta de Furlan terminou o
ano sem entregar uma das principais promessas de campanha de
Lula, a política industrial. O próprio ministro prometeu, no primeiro semestre, divulgar a nova
política industrial ainda em 2003.
Até o mês passado, o governo
havia preparado apenas um documento com as diretrizes gerais
da política industrial, sem detalhar instrumentos e recursos disponíveis para estimular a produção. Furlan disse que o trabalho
ficará pronto até 31 de março.
O Ministério do Desenvolvimento, que cuida do comércio exterior, teve, no entanto, um êxito
que não deve se repetir no próximo ano. Em 2003, o saldo comercial (exportação menos importação) chegará a cerca de US$ 24 bilhões e será um recorde histórico.
No próximo ano, é consenso que
o resultado será menor, porque o
esperado crescimento econômico
deve elevar as importações.
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