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São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2003

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UM ANO DEPOIS

Ministro atribui sua avaliação ao baixo crescimento do país neste ano e afirma que obter nota 10 é desafio

Furlan só dá nota 6 ao governo e diz que resta muito a fazer

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, atribuiu uma nota mediana ao primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. "Eu daria nota 6", disse ontem o ministro.
Questionado se não era um conceito muito baixo, Furlan respondeu que não e justificou: "Ainda temos muita coisa para fazer". Ele disse que, ao dar a nota 6, criava um desafio para chegar ao 10.
Entre as razões para sua avaliação, argumentou, está a falta de crescimento neste ano. As estimativas para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2003 ficam próximas do zero.
Ao longo do ano, Furlan discordou da política econômica em pelo menos dois assuntos cruciais: taxa de juros e câmbio. Em abril, antes do início dos cortes de juros pelo Banco Central, o ministro defendeu a queda da Selic (taxa básica de juros da economia). Na mesma época, reclamou da valorização do real, que tende a prejudicar o desempenho das exportações brasileiras.

Política industrial
A pasta de Furlan terminou o ano sem entregar uma das principais promessas de campanha de Lula, a política industrial. O próprio ministro prometeu, no primeiro semestre, divulgar a nova política industrial ainda em 2003.
Até o mês passado, o governo havia preparado apenas um documento com as diretrizes gerais da política industrial, sem detalhar instrumentos e recursos disponíveis para estimular a produção. Furlan disse que o trabalho ficará pronto até 31 de março.
O Ministério do Desenvolvimento, que cuida do comércio exterior, teve, no entanto, um êxito que não deve se repetir no próximo ano. Em 2003, o saldo comercial (exportação menos importação) chegará a cerca de US$ 24 bilhões e será um recorde histórico. No próximo ano, é consenso que o resultado será menor, porque o esperado crescimento econômico deve elevar as importações.


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