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Dirceu contesta declaração do presidente
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro José Dirceu (Casa
Civil), responsável pela articulação política do governo no Congresso, disse que não faz nenhum
acordo sem autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
-que disse o contrário. "É modo
de falar. Ele [Lula] fica sabendo de
todos. Não faço nenhum acordo
que ele não aprove", disse Dirceu,
ao ser questionado sobre o comentário feito pelo presidente.
Em seu discurso de balanço de
um ano de governo, Lula elogiou
a eficiência de Dirceu no comando da articulação política. "Eu
não sei se teríamos conseguido fazer o que fizemos na nossa relação
com o Congresso se não tivéssemos a coordenação de um companheiro como o José Dirceu."
Mais adiante, Lula disse: "Eu
não sei todos os acordos que ele
[Dirceu] faz no Congresso, o fato
concreto é que em todos os momentos difíceis o Dirceu, o Sarney
[José Sarney, presidente do Senado] e os nossos líderes, depois de
tanta choradeira, me comunicam:
"Olhe, foi feito o acordo, vai votar
amanhã e vai passar". E as coisas
aconteceram exatamente como
foi prognosticado".
O presidente abordou a fama de
todo-poderoso que Dirceu ganhou ao longo deste ano. Ao falar
sobre o processo de cessão de funcionários de um ministério para o
outro, Lula disse que os ministros
que deveriam ter cedido servidores resistiram muito. "Ninguém
queria ceder e às vezes quem levava o nome de homem mau era o
Zé Dirceu, que tinha que ficar ligando para ministro pedindo, cobrando e insistindo", disse Lula.
Durante o evento ontem, os
presentes minimizaram o tema
da reforma ministerial, prevista
para janeiro, que terá o intuito de
acomodar o PMDB na Esplanada.
Lula tocou no assunto durante
seu discurso. "Tem gente que fala
que tem muito ministério. Olha o
pouquinho de ministro que tem
para um país deste tamanho."
"Não estou preocupada se fica,
se vai, estou preocupada com a tarefa que o governo colocou nas
minhas mãos com o Ministério da
Assistência Social", disse a ministra Benedita da Silva, uma das
mais cotadas a perder o cargo.
Outro candidato a sair, Olívio
Dutra (Cidades) disse que "não
tem nenhuma preocupação" com
a reforma ministerial.
(GA)
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