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São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2003

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Dirceu contesta declaração do presidente

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro José Dirceu (Casa Civil), responsável pela articulação política do governo no Congresso, disse que não faz nenhum acordo sem autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva -que disse o contrário. "É modo de falar. Ele [Lula] fica sabendo de todos. Não faço nenhum acordo que ele não aprove", disse Dirceu, ao ser questionado sobre o comentário feito pelo presidente.
Em seu discurso de balanço de um ano de governo, Lula elogiou a eficiência de Dirceu no comando da articulação política. "Eu não sei se teríamos conseguido fazer o que fizemos na nossa relação com o Congresso se não tivéssemos a coordenação de um companheiro como o José Dirceu."
Mais adiante, Lula disse: "Eu não sei todos os acordos que ele [Dirceu] faz no Congresso, o fato concreto é que em todos os momentos difíceis o Dirceu, o Sarney [José Sarney, presidente do Senado] e os nossos líderes, depois de tanta choradeira, me comunicam: "Olhe, foi feito o acordo, vai votar amanhã e vai passar". E as coisas aconteceram exatamente como foi prognosticado".
O presidente abordou a fama de todo-poderoso que Dirceu ganhou ao longo deste ano. Ao falar sobre o processo de cessão de funcionários de um ministério para o outro, Lula disse que os ministros que deveriam ter cedido servidores resistiram muito. "Ninguém queria ceder e às vezes quem levava o nome de homem mau era o Zé Dirceu, que tinha que ficar ligando para ministro pedindo, cobrando e insistindo", disse Lula.
Durante o evento ontem, os presentes minimizaram o tema da reforma ministerial, prevista para janeiro, que terá o intuito de acomodar o PMDB na Esplanada.
Lula tocou no assunto durante seu discurso. "Tem gente que fala que tem muito ministério. Olha o pouquinho de ministro que tem para um país deste tamanho."
"Não estou preocupada se fica, se vai, estou preocupada com a tarefa que o governo colocou nas minhas mãos com o Ministério da Assistência Social", disse a ministra Benedita da Silva, uma das mais cotadas a perder o cargo.
Outro candidato a sair, Olívio Dutra (Cidades) disse que "não tem nenhuma preocupação" com a reforma ministerial. (GA)


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