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IGREJA
Após meses cobrando avanços, d. Geraldo diz esperar mais ação em 2004
CNBB atenua críticas ao presidente
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CNBB (Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil) adotou um
tom mais ameno que o adotado
ao longo do ano ao fazer ontem
um balanço do primeiro ano do
governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Depois de meses cobrando menos atenção ao mercado financeiro e mais avanços na área social, a
CNBB deu uma trégua ao presidente, apontando as dificuldades
para colocar o país em ordem no
primeiro ano e a expectativa de
que haja mais ação no segundo.
"O governo tem sinalizado que
este foi um ano de estudos, de
procurar estabelecer condições
para que no ano que vem seja possível colocar em prática aqueles
projetos da área social que atendam às necessidades maiores do
povo", disse o presidente da
CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo. "Nós fazemos votos de que
isso se realize."
Os ataques da CNBB ao governo
começaram já no início do mandato presidencial. Em fevereiro, o
então presidente da entidade,
dom Jayme Chemello, disse que
os juros altos "só trazem investimentos financeiros e não reais" e
que "a economia também tem
que considerar o ser humano".
Fome Zero
Crítico do programa Fome Zero, dom Jayme, ao deixar a presidência da CNBB, em maio, condenou a continuidade da política
econômica do governo Fernando
Henrique Cardoso (1995-2002).
Um documento discutido pela
CNBB em maio também trazia
críticas à política econômica, acusando o governo de orientar-se
"mais pela bússola dos indicadores financeiros -que vão bem-
do que pelos indicadores sociais
-que vão mal".
Em junho, dom Geraldo pediu
urgência a Lula na solução dos
problemas sociais "para que o povo possa sobreviver dignamente,
e não viver de assistencialismo".
Ele declarou em agosto que era
hora de intensificar as manifestações populares para pressionar o
governo a atender às reivindicações dos mais pobres. Na mesma
época, o assessor responsável pelas pastorais, padre Alfredo José
Gonçalves, disse que era o momento de "forçar o governo a ser
coerente com seu programa".
Em setembro, o presidente da
CNBB disse que os conflitos sociais no Brasil são "uma panela de
pressão que está prestes a explodir" e cobrou ação do governo.
Um mês depois, a CNBB reclamou da lentidão da reforma agrária e da maneira como o governo
vinha tratando a questão dos
transgênicos.
Apesar de não ter sido tão duro
na avaliação do primeiro ano do
governo Lula, dom Geraldo afirmou ontem que "é urgente para o
nosso povo ter as necessidades
mais básicas satisfeitas por meio
de intervenções eficazes".
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