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São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2003

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IGREJA

Após meses cobrando avanços, d. Geraldo diz esperar mais ação em 2004

CNBB atenua críticas ao presidente

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) adotou um tom mais ameno que o adotado ao longo do ano ao fazer ontem um balanço do primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Depois de meses cobrando menos atenção ao mercado financeiro e mais avanços na área social, a CNBB deu uma trégua ao presidente, apontando as dificuldades para colocar o país em ordem no primeiro ano e a expectativa de que haja mais ação no segundo.
"O governo tem sinalizado que este foi um ano de estudos, de procurar estabelecer condições para que no ano que vem seja possível colocar em prática aqueles projetos da área social que atendam às necessidades maiores do povo", disse o presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo. "Nós fazemos votos de que isso se realize."
Os ataques da CNBB ao governo começaram já no início do mandato presidencial. Em fevereiro, o então presidente da entidade, dom Jayme Chemello, disse que os juros altos "só trazem investimentos financeiros e não reais" e que "a economia também tem que considerar o ser humano".

Fome Zero
Crítico do programa Fome Zero, dom Jayme, ao deixar a presidência da CNBB, em maio, condenou a continuidade da política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Um documento discutido pela CNBB em maio também trazia críticas à política econômica, acusando o governo de orientar-se "mais pela bússola dos indicadores financeiros -que vão bem- do que pelos indicadores sociais -que vão mal".
Em junho, dom Geraldo pediu urgência a Lula na solução dos problemas sociais "para que o povo possa sobreviver dignamente, e não viver de assistencialismo".
Ele declarou em agosto que era hora de intensificar as manifestações populares para pressionar o governo a atender às reivindicações dos mais pobres. Na mesma época, o assessor responsável pelas pastorais, padre Alfredo José Gonçalves, disse que era o momento de "forçar o governo a ser coerente com seu programa".
Em setembro, o presidente da CNBB disse que os conflitos sociais no Brasil são "uma panela de pressão que está prestes a explodir" e cobrou ação do governo.
Um mês depois, a CNBB reclamou da lentidão da reforma agrária e da maneira como o governo vinha tratando a questão dos transgênicos.
Apesar de não ter sido tão duro na avaliação do primeiro ano do governo Lula, dom Geraldo afirmou ontem que "é urgente para o nosso povo ter as necessidades mais básicas satisfeitas por meio de intervenções eficazes".


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