|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONGRESSO
Oposição ameaça não aprovar projeto que prorroga a alíquota de 27,5% do IR se PEC paralela não for votada
Convocação extra opõe o Senado à Câmara
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao mesmo tempo em que o
presidente do Congresso, senador
José Sarney (PMDB-AP), anunciava ontem a prorrogação dos
trabalhos legislativos de amanhã
para o dia 23, crescia o movimento pela convocação extraordinária em janeiro -que opõe o Senado e a Câmara. O próprio Sarney
disse que pretende tratar do assunto com o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP),
que é contrário à medida. O Planalto também avalia como sendo
"desnecessária" a convocação em
janeiro, mas é forte a pressão de
congressistas nesse sentido.
Ontem, PFL, PSDB, PL e setores
do PT e do PMDB no Senado firmaram um pacto: ou o governo
assume o compromisso público
de votar a chamada "emenda paralela" da Previdência no mês de
janeiro ou eles não votam o projeto que prorroga por mais dois
anos a alíquota de 27,5% do Imposto de Renda da Pessoa Física.
A "PEC paralela" surgiu de um
acordo pelo qual a oposição se
comprometeu a votar o texto da
reforma da Previdência aprovado
pela Câmara; em troca, todas as
propostas de mudanças que flexibilizariam a reforma seriam tratadas numa emenda alternativa. O
governo se comprometeu a votar
o novo texto, mas a oposição desconfia da promessa.
O senador Paulo Paim (PT-RS)
chegou a ameaçar fazer uma greve de fome no Senado se emenda
não for votada até janeiro. Ele já
protestou assim quando era deputado e reivindicava aumento
do salário mínimo. "A reforma da
Previdência só existirá após a promulgação da PEC paralela", disse.
O recesso do Congresso deveria
ter começado no dia 15, mas os
trabalhos foram prorrogados até
amanhã, 20, para permitir principalmente a votação das reformas
da Previdência e tributária. Mas a
votação do Orçamento de 2004
atrasou, o que levou Sarney a estender os trabalhos até o dia 23.
Na Câmara, a pressão pela convocação parte sobretudo do PT. O
argumento é que o Congresso sairá desgastado se não votar tudo o
que precisa antes de entrar em recesso. O argumento contrário é
que o desgaste ocorrerá se o Congresso for convocado -além do
salário normal, cada congressista
receberia dois salários extras.
O PMDB tem interesse na convocação com o objetivo de manter a pressão sobre o Planalto para
a realização da reforma ministerial. Em reunião no gabinete do
presidente da Câmara, líderes governistas da Casa manifestaram
posição contrária à convocação,
como Aldo Rebelo (PC do B-SP),
líder do governo, Nelson Pellegrino (BA), líder do PT, Eduardo
Campos (PSB-PE) e Eunício Oliveira (PMDB-CE). Também participaram da reunião os senadores Aloizio Mercadante (PT-SP),
do PT, Tião Viana (AC), e do
PMDB, Renan Calheiros (AL).
Texto Anterior: No ar: Jogo empatado Próximo Texto: Lula não vai ao Congresso selar reformas Índice
|