São Paulo, domingo, 19 de dezembro de 2004

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PAINEL

Contatos imediatos
Depois de muito calcular, tucanos concluíram que há somente duas maneiras de Marta Suplicy entregar a Prefeitura de São Paulo a José Serra sem arrombar a Lei de Responsabilidade Fiscal: ganhar no mínimo R$ 100 mi de Natal de Lula ou receber ajuda de um extraterrestre.

Vassoura na mão
Atual superintendente do Sebrae-SP, José Luiz Ricca, integrante da ala tucana originalmente ligada a Mario Covas, foi convidado para comandar a limpeza pública de São Paulo. A idéia é transformá-lo no gerente da conturbada área do lixo.

Facão à mostra
Amanhã, na última reunião de seu secretariado em 2004, Geraldo Alckmin pretende anunciar a extinção de quase 18 mil cargos da administração direta e de autarquias do governo paulista. O corte atingirá vagas abertas e abrangerá desde serviços de faxina até setores de engenharia.

O tempo voa 1
Preocupados com a desenvoltura de Cesar Maia e o espaço televisivo que o PFL está disposto a dar ao prefeito do Rio, aliados de Alckmin tentam convencê-lo a sair da toca o quanto antes para mostrar a cara fora de São Paulo, no esforço de construir sua candidatura ao Planalto.

O tempo voa 2
No entorno de Alckmin, há quem aposte que, a despeito de seu perfil discreto, o governador estaria disposto a incrementar a agenda fora do Estado já depois do Carnaval. Tudo para não ver o PFL, lá na frente, reivindicar a cabeça-de-chapa se Maia ganhar músculo nas pesquisas.

Contando as tropas
Aliados do presidente Roberto Freire no cisma do PPS dão como perdido o governador Eduardo Braga (AM), que deve mesmo deixar a sigla na esteira da convenção que decidiu pelo rompimento com o Planalto. Mas acham bastante possível conservar Blairo Maggi (MT).

Veja bem
Blairo Maggi nunca morreu de amores pelo PT, razão pela qual está disposto a permanecer em seu atual partido. Mas já avisou à cúpula: alguma aliança terá de ser costurada. Apenas com o tempo de televisão do PPS o governador de Mato Grosso não consegue se reeleger.

Azarão
Deixará muito petista de boca aberta o nome pronunciado por Lula ao manifestar, a um parlamentar aliado, sua preferência para o comando da Câmara: José Eduardo Martins Cardozo (SP). O deputado não consta da lista de presidenciáveis do partido em circulação no noticiário.

Edição revista
A desaprovação quase universal ao relatório da CPI do Banestado deverá render mudanças, ainda que laterais, no texto do deputado José Mentor (PT-SP).

Pombo-correio
Conhecido pela luta contra estrangeirismos de toda espécie, Aldo Rebelo é tradicional também no meio de correspondência. Enquanto colegas usam e-mail, o ministro da Coordenação Política despacha pilhas de telegramas de Boas Festas.

Longa distância
O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) está convencido de que o esforço do governo para aprovar a qualquer custo a blindagem do presidente do BC, Henrique Meirelles, pode ter relação com eventos passados, mas visa sobretudo casos futuros.

Ninguém viu
Funcionários da Diretoria de Agronegócios do Banco do Brasil se perguntam por onde anda Geraldo Magela, nomeado gerente-executivo em 2003. O petista, derrotado na última eleição para o governo do DF, é presença rara no local de trabalho.

TIROTEIO

Do deputado federal Chico Alencar (PT-RJ) sobre o colega Celso Russomanno (PP-SP), que lamentou o sepultamento de projeto seu similar ao do Conselho Federal de Jornalismo sob a alegação de que a imprensa precisa ser fiscalizada:
-Quem precisa de fiscalização somos nós, que temos mandatos temporários e às vezes confundimos o interesse públicos com os interesses privados.

CONTRAPONTO

Só dar corda

Em recente audiência pública da Comissão de Orçamento, o secretário do Tesouro discorria sobre resultados positivos obtidos pelo governo. Alvo habitual de setores do PT inconformados com a política econômica de Lula, Joaquim Levy nesse dia seguia tranqüilo em sua explanação, até que o tucano Alberto Goldman (SP) cutucou a platéia:
-Onde estão os críticos do superávit primário, dos juros altos, das metas de inflação?
Depois de breve silêncio, ouviu-se Paulo Bernardo (PT-PR), presidente da comissão e um dos parlamentares mais próximos à equipe econômica:
-Alto lá! Um deles está aqui-, respondeu em tom bem-humorado, apontando para o colega Ivan Valente (SP), representante da esquerda petista.
-Estou e quero falar!-, completou Valente, dando início a longo discurso contra Palocci, Levy e companhia.


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