São Paulo, domingo, 20 de janeiro de 2002

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Ministro foi acionado pelo presidente; polícia descarta motivação política

FHC mobiliza a PF para ajudar nas investigações

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso determinou ontem que a Polícia Federal fosse acionada para ajudar nas investigações sobre o sequestro do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT).
A determinação foi feita ao ministro Aloysio Nunes Ferreira, da Justiça, que viajou a São Paulo para acompanhar de perto a ação da polícia. O diretor da Polícia Federal, Agílio Monteiro, interrompeu suas férias e acionou o serviço de inteligência da PF para ajudar no caso. À tarde, dois delegados do órgão estiveram na sede da Prefeitura de Santo André.
O delegado Gilberto Tadeu, assessor de imprensa da PF, disse à tarde que as primeiras investigações praticamente descartaram a hipótese de crime político. "As informações apontam para um crime de oportunidade", disse.
A forma desorganizada da quadrilha, relatada à PF pelo empresário Sérgio Gomes da Silva, demonstra que a ação não tinham objetivo político. A PF, entretanto, continua no caso.
Aloysio iria se encontrar ainda ontem com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para discutir as formas de ajuda do governo federal. Também estava previsto um encontro dos dois com lideranças do PT.
Aloysio, que, a princípio, considerava plausível a hipótese de sequestro político, disse que o governo federal, independentemente das divergências políticas, prestará toda a ajuda possível para a elucidação do caso. "Essa á uma situação inadmissível", disse.
A intervenção da Polícia Federal foi discutida por petistas horas depois da notícia do sequestro (leia texto na A6).
Alckmin, que estava de manhã em Barretos, no interior, disse que não se opunha à ajuda da PF. "Se houver uma rede que justifique uma ação envolvendo mais de um Estado, toda ajuda será bem-vinda."
Já o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Marco Vinicio Petrelluzzi, irritou-se ao ser questionado se tinha medo de ser sequestrado. "Isso não é pergunta, é provocação. Não vou responder", disse a jornalistas, quando deixava o 26º DP (Sacomã), ontem de madrugada. Em sua gestão, o número de sequestros explodiu.


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