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Ministro foi acionado pelo presidente; polícia descarta motivação política
FHC mobiliza a PF para
ajudar nas investigações
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso determinou ontem
que a Polícia Federal fosse acionada para ajudar nas investigações
sobre o sequestro do prefeito de
Santo André, Celso Daniel (PT).
A determinação foi feita ao ministro Aloysio Nunes Ferreira, da
Justiça, que viajou a São Paulo para acompanhar de perto a ação da
polícia. O diretor da Polícia Federal, Agílio Monteiro, interrompeu
suas férias e acionou o serviço de
inteligência da PF para ajudar no
caso. À tarde, dois delegados do
órgão estiveram na sede da Prefeitura de Santo André.
O delegado Gilberto Tadeu, assessor de imprensa da PF, disse à
tarde que as primeiras investigações praticamente descartaram a
hipótese de crime político. "As informações apontam para um crime de oportunidade", disse.
A forma desorganizada da quadrilha, relatada à PF pelo empresário Sérgio Gomes da Silva, demonstra que a ação não tinham
objetivo político. A PF, entretanto, continua no caso.
Aloysio iria se encontrar ainda
ontem com o governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB),
para discutir as formas de ajuda
do governo federal. Também estava previsto um encontro dos
dois com lideranças do PT.
Aloysio, que, a princípio, considerava plausível a hipótese de sequestro político, disse que o governo federal, independentemente das divergências políticas, prestará toda a ajuda possível para a
elucidação do caso. "Essa á uma
situação inadmissível", disse.
A intervenção da Polícia Federal
foi discutida por petistas horas
depois da notícia do sequestro
(leia texto na A6).
Alckmin, que estava de manhã
em Barretos, no interior, disse
que não se opunha à ajuda da PF.
"Se houver uma rede que justifique uma ação envolvendo mais
de um Estado, toda ajuda será
bem-vinda."
Já o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Marco Vinicio
Petrelluzzi, irritou-se ao ser questionado se tinha medo de ser sequestrado. "Isso não é pergunta, é
provocação. Não vou responder",
disse a jornalistas, quando deixava o 26º DP (Sacomã), ontem de
madrugada. Em sua gestão, o número de sequestros explodiu.
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