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Seca marca verão em parte do Sul
DA AGÊNCIA FOLHA
Contrariando as expectativas, o
verão está sendo de muita chuva
no Nordeste, baixas temperaturas
no Sudeste e seca no Sul do país.
Nos prognósticos da meteorologia no Rio Grande do Sul não há
indicativo de chuva até o final de
janeiro na região oeste do Estado.
A precipitação começou a escassear na área atingida pela estiagem ainda em novembro.
Nas Missões, a região mais prejudicada com a seca, nos primeiros 15 dias de janeiro, choveu dois
milímetros. Nos 31 dias do mesmo mês em 2001, o índice pluviométrico chegou a 264 mm. Para
ter uma idéia de como é reduzida
a precipitação deste ano, o milho,
quando está alto (na fase de floração), precisa do equivalente a seis
milímetros de chuva por dia.
Em São Luiz Gonzaga, município em situação de emergência
devido à estiagem, na primeira
quinzena de janeiro choveu 10%
do que precisaria para todo o mês.
"Em três ou quatro anos a cada
década ocorre estiagem no Estado", informa o agrônomo Ronaldo Matzenauer, da equipe de
agrometeorologia da Fundação
Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro). A estiagem não está
ligada ao efeito meteorológico La
Niña, que reduz as chuvas entre
novembro de dezembro.
"As frentes frias estão estacionando nas regiões Nordeste e Sudeste, provocando chuva. No Sul,
elas estão passando pelo mar",
disse a meteorologista Viviane Algarve, do Centro de Previsão de
Tempo e Estudos Climáticos, em
Cachoeira Paulista.
Segundo o pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e do Cepagri
(Centro de Ensino e Pesquisa em
Agricultura da Unicamp), Eduardo Assade, "não está chovendo
porque simplesmente não estão
entrando frentes frias nessa área".
Para Assade, a preocupação
maior é com a soja, que foi plantada agora. "Se continuar faltando
água vai afetar a produção."
Frio
Em Campinas (95 km a noroeste de São Paulo), a madrugada da
última quarta foi a mais fria, em
janeiro, dos últimos 14 anos, segundo o diretor do Cepagri, Hilton Silveira Pinto -fez 12,3C.
"As temperaturas foram baixas
em todo o Estado."
Para ele, a causa desse tempo
digno de inverno foi a entrada de
uma frente fria vinda do Pólo Sul,
com uma massa de ar frio, no Sudeste brasileiro. "Em termos climáticos, isso pode acontecer, mas
a probabilidade é de 5% a 10%."
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