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CONGRESSO
Executiva do partido faz primeira reunião do ano, hoje, para uniformizar discurso e escolher nomes para 3º escalão
PT debate estratégia para ter apoio do PMDB
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Executiva Nacional do PT
tem hoje a primeira reunião do
ano, em Brasília, para afinar o discurso após as primeiras semanas
do governo Luiz Inácio Lula da
Silva, preparar a escolha da nova
direção e traçar a estratégia para
buscar uma maioria sólida no
Congresso, o que inclui o preenchimento dos cargos de segundo
e terceiro escalões.
Um ponto vital na busca dessa
maioria será a inclusão do PMDB
na base do governo. "O presidente manifestou o interesse de ter o
PMDB na sua base. Ele quer montar uma base sólida. Vê com bons
olhos até a participação de setores
do PFL e do PSDB", disse ontem o
líder do PT na Câmara, Nelson
Pellegrino (BA), referindo-se à
reunião de Lula com os líderes
dos partidos aliados, na sexta.
O presidente do partido, José
Genoino (SP), vai fazer um relato
sobre o preenchimento dos cargos federais. Com o segundo escalão praticamente concluído, o governo partirá agora para a escolha
dos titulares das representações
do governo nos Estados.
O presidente recomendou aos
líderes petistas muito cuidado nas
negociações com o PMDB, que
indicará o candidato à Presidência do Senado. O governo quer ver
José Sarney (AP) no cargo, mas
não quer constranger o líder do
PMDB, Renan Calheiros (AL),
que também quer o cargo.
"Sarney é mais afinado com o
Planalto, apoiou o partido no primeiro e no segundo turnos, mas o
governo quer evitar sequelas dentro do PMDB. Quer ver todos os
segmentos do partido representados", afirmou Pellegrino.
O governo acena com compensações a Renan. O líder petista cita
como exemplos a liderança da
bancada no Senado e a presidência do partido. Os cargos, na verdade, já pertencem ao PMDB,
mas o grupo que enfrenta a cúpula do partido, liderado por Sarney,
já lançou o senador Pedro Simon
(RS) para a liderança da bancada.
O apoio do governo seria decisivo
para eleger Renan, representante
da cúpula partidária.
Na Câmara, o PT trabalha para
eleger o deputado João Paulo Cunha (SP) na condição de candidato único, com o apoio de todos os
partidos. "Será o candidato da
instituição", disse Pellegrino.
Uniformizar o discurso do partido é outra preocupação da direção petista. Lula deixou claro na
reunião de sexta que é "hora de
ouvir mais e falar menos".
O presidente se referia ao desencontro entre seus ministros na divulgação de propostas para a reforma da Previdência.
A reunião de hoje, a partir das
10h, no hotel Blue Tree Tower,
também vai tratar da escolha da
nova Executiva e da primeira reunião do Diretório Nacional, prevista para o final de fevereiro.
(LUCIO VAZ)
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