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Proposta de mudança petista será
a quinta apresentada desde 1995
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Foram três propostas do Executivo e uma do Legislativo desde
1995. Portanto, a tentativa do PT
de fazer a reforma tributária será a
quinta de uma série. Há quem
discorde: o ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel diz
que fez uma "verdadeira" reforma nestes últimos anos.
Enviada em 1995, a proposta de
emenda constitucional do governo anterior foi modificada em
1998, prevendo uma mudança radical no atual sistema tributário.
A idéia era acabar com vários impostos e contribuições, substituindo todos eles pelo IVA (Imposto sobre o Valor Agregado).
Os principais méritos do IVA
seriam acabar com a cumulatividade das contribuições sociais e
unificar a legislação do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços, estadual).
Mas a reação dos Estados ao fim
do ICMS, que ficaria dentro do
IVA, fez com que a comissão especial da Câmara votasse uma
proposta diferente em 1999. Ela
dividia o IVA em dois, criando
um pedaço federal e outro estadual. A proposta obteve apoio dos
governadores.
O substitutivo gerou uma reação do Ministério da Fazenda,
que classificou a emenda de
"complexa". Além disso, em nota
oficial o ministério disse que as simulações de arrecadação feitas
pelo relator da proposta no Congresso estavam erradas.
Mesadas aos Estados
Na época, o deputado Germano
Rigotto (PMDB-RS), presidente
da comissão especial de reforma
tributária e atual governador eleito do Rio Grande do Sul, soltou
uma nota acusando o governo de
praticar "terrorismo tecnocrático". Rigotto afirmou que o governo queria centralizar a arrecadação, dando o que chamou de "mesadas" aos Estados.
Desde então, a proposta ficou
parada na comissão até que no
ano passado o governo anterior
propôs a medida provisória 66,
que, aos poucos, acaba com a cumulatividade do PIS (Programa
de Integração Social) e da Cofins
(Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). Ou
seja, uma parte da reforma efetivamente saiu do papel.
Para Maciel, porém, a Receita
fez uma "reforma" nos últimos
anos que só não foi chamada assim porque não saiu de uma vez.
Como exemplos, ele cita a criação do Simples (sistema simplificado para pagamento de impostos por parte das micro e pequenas empresas), o preenchimento
e a entrega eletrônica da declaração de Imposto de Renda das pessoas físicas e a tributação monofásica em vários setores, como o de
combustíveis (as contribuições
são pagas apenas pelas refinarias,
eliminando a incidência cumulativa e evitando a sonegação).
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