São Paulo, terça-feira, 20 de janeiro de 2004

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DANÇA DOS MINISTROS

Patrus Ananias, deputado federal, tem a preferência de Lula para chefiar novo ministério social

Ex-prefeito de BH é cotado para superpasta

KENNEDY ALENCAR
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado federal Patrus Ananias (PT-MG) é hoje o nome mais cotado para ocupar o futuro superministério da área social. A Folha apurou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou nos últimos dois dias preferência pelo ex-prefeito de Belo Horizonte (93-96) ao tratar da reforma ministerial que fará antes da viagem à Índia, na sexta.
O ministro Tarso Genro (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) continua no páreo para a nova pasta, mas com chance menor. Motivos: suas críticas à política econômica e a avaliação de Lula de que tirá-lo do CDES diminuiria a importância do órgão que considera vital para a relação com o empresariado.
"Faço a reforma antes da viagem à Índia", disse ontem Lula, segundo um petista. O presidente deixou a agenda oficial livre para conversas políticas até amanhã. Ontem, esteve com os ministros José Dirceu (Casa Civil), Luiz Gushiken (Comunicação de Governo), Luiz Dulci (Secretaria Geral) e Walfrido Mares Guia (Turismo), além do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante.
Mercadante negou ontem, de forma categórica, que será ministro: ""Estarei líder do governo, continuarei líder e estarei no Senado, para o qual fui eleito. Já conversei com o presidente Lula e solicitei ficar no cargo". A Folha apurou que Lula acha que ele seria um nome de impacto, mas o julga fundamental no Congresso.
O superministério, cujo nome em estudo é Desenvolvimento Social, unirá as atuais pastas da Assistência Social, chefiada por Benedita da Silva, e da Segurança Alimentar e Combate à Fome, de José Graziano. O Bolsa-Família, dirigido por Ana Fonseca, que ocupa secretaria hoje ligada à Presidência, ficará sob a nova pasta.
O destino de Ricardo Berzoini (Previdência) é incerto. É mais remota a possibilidade de ele ir para a área social e sua pasta se mantém como a mais provável segunda vaga do PMDB, mas Lula sinaliza que pode colocar o Ministério dos Transportes na negociação.
Na complicada negociação com o PMDB, o presidente do Senado, José Sarney (AP), endureceu o jogo e reivindicou a superintendência da Receita Federal em São Paulo e a presidência da Eletrobrás. Desde o começo do governo Lula, Sarney cobiça a Receita paulista. Ele indicou para o cargo o auditor fiscal Jefferson Salazar, que ocupou o posto durante seu governo (1985-1990) e no governo de Itamar Franco (1992-1994).
A superintendência paulista é a mais forte do Fisco. Há resistência em liberar o posto. É mais provável que leve a Eletrobrás, cujo presidente, Luiz Pinguelli Rosa, tem relação ruim com a ministra Dilma Roussef (Minas e Energia).
Virtual ministro das Comunicações, o líder do PMDB na Câmara, Eunício Oliveira (CE), reforçou a articulação para colocar o ex-ministro João Henrique (PI) nos Correios. Lula deu sinais ontem de que deverá nomear Henrique.
Na disputa pelo segundo ministério do PMDB estão os senadores Maguito Vilela (GO) e Garibaldi Alves (RN). Maguito é aliado de Lula desde o governo FHC e tirou o favoritismo de Garibaldi. Ontem, o porta-voz André Singer informou que Lula receberá o ministro Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia) nos próximos dias.


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