|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DANÇA DOS MINISTROS
Patrus Ananias, deputado federal, tem a preferência de Lula para chefiar novo ministério social
Ex-prefeito de BH é cotado para superpasta
KENNEDY ALENCAR
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado federal Patrus Ananias (PT-MG) é hoje o nome mais
cotado para ocupar o futuro superministério da área social. A
Folha apurou que o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou nos últimos dois dias preferência pelo ex-prefeito de Belo
Horizonte (93-96) ao tratar da reforma ministerial que fará antes
da viagem à Índia, na sexta.
O ministro Tarso Genro (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) continua no páreo para a nova pasta, mas com
chance menor. Motivos: suas críticas à política econômica e a avaliação de Lula de que tirá-lo do
CDES diminuiria a importância
do órgão que considera vital para
a relação com o empresariado.
"Faço a reforma antes da viagem à Índia", disse ontem Lula,
segundo um petista. O presidente
deixou a agenda oficial livre para
conversas políticas até amanhã.
Ontem, esteve com os ministros
José Dirceu (Casa Civil), Luiz
Gushiken (Comunicação de Governo), Luiz Dulci (Secretaria Geral) e Walfrido Mares Guia (Turismo), além do líder do governo
no Senado, Aloizio Mercadante.
Mercadante negou ontem, de
forma categórica, que será ministro: ""Estarei líder do governo,
continuarei líder e estarei no Senado, para o qual fui eleito. Já
conversei com o presidente Lula e
solicitei ficar no cargo". A Folha
apurou que Lula acha que ele seria um nome de impacto, mas o
julga fundamental no Congresso.
O superministério, cujo nome
em estudo é Desenvolvimento Social, unirá as atuais pastas da Assistência Social, chefiada por Benedita da Silva, e da Segurança
Alimentar e Combate à Fome, de
José Graziano. O Bolsa-Família,
dirigido por Ana Fonseca, que
ocupa secretaria hoje ligada à Presidência, ficará sob a nova pasta.
O destino de Ricardo Berzoini
(Previdência) é incerto. É mais remota a possibilidade de ele ir para
a área social e sua pasta se mantém como a mais provável segunda vaga do PMDB, mas Lula sinaliza que pode colocar o Ministério
dos Transportes na negociação.
Na complicada negociação com
o PMDB, o presidente do Senado,
José Sarney (AP), endureceu o jogo e reivindicou a superintendência da Receita Federal em São
Paulo e a presidência da Eletrobrás. Desde o começo do governo
Lula, Sarney cobiça a Receita paulista. Ele indicou para o cargo o
auditor fiscal Jefferson Salazar,
que ocupou o posto durante seu
governo (1985-1990) e no governo
de Itamar Franco (1992-1994).
A superintendência paulista é a
mais forte do Fisco. Há resistência
em liberar o posto. É mais provável que leve a Eletrobrás, cujo presidente, Luiz Pinguelli Rosa, tem
relação ruim com a ministra Dilma Roussef (Minas e Energia).
Virtual ministro das Comunicações, o líder do PMDB na Câmara,
Eunício Oliveira (CE), reforçou a
articulação para colocar o ex-ministro João Henrique (PI) nos
Correios. Lula deu sinais ontem
de que deverá nomear Henrique.
Na disputa pelo segundo ministério do PMDB estão os senadores
Maguito Vilela (GO) e Garibaldi
Alves (RN). Maguito é aliado de
Lula desde o governo FHC e tirou
o favoritismo de Garibaldi. Ontem, o porta-voz André Singer informou que Lula receberá o ministro Roberto Amaral (Ciência e
Tecnologia) nos próximos dias.
Texto Anterior: Oposição: Radicais expulsos do PT anunciam criação de sigla para eleição de 2006 Próximo Texto: Lula reserva agenda para negociar reforma Índice
|