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Nobel apóia fundo contra pobreza
DA ENVIADA ESPECIAL A MUMBAI
A proposta do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva de criar um
fundo internacional contra a pobreza ganhou ontem um aliado
importante: o economista Joseph
Stiglitz, Prêmio Nobel de economia e ex-economista-chefe do
Banco Mundial. Stiglitz é considerado o mais importante porta-voz
contra o livre mercado e o receituário do Fundo Monetário Internacional para os países pobres.
"É possível criar um fundo
mundial para garantir o acesso
dos mais pobres a benefícios essenciais", disse Siglitz ontem, durante uma entrevista a jornalistas
no Fórum Social Mundial. Disse
que o fundo pode financiar o
acesso das populações pobres ao
conhecimento e à tecnologia.
Questionado sobre a proposta
do presidente Lula de financiar
um fundo internacional criando
taxas sobre operações financeiras
entre países, Stiglitz disse que
apóia a proposta, mas diverge da
forma de financiamento do fundo: "Basicamente é a mesma idéia
[do presidente Lula e dele]. Eu
concordo e defendo esse fundo".
A diferença é que Lula quer instituir uma taxa sobre todas as
operações financeiras entre países, similar à CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Esse tipo de contribuição já tem nome: é a Taxa
Tobin, em homenagem ao seu
idealizador, o economista James
Tobin, da Universidade de Yale.
"Não estou bem certo sobre a
criação da Taxa Tobin", disse Stiglitz. O economista defendeu outras formas de financiamento para o fundo, como multar países
que descumprirem o protocolo
de Kyoto, assinado em 1997.
A criação do fundo, entretanto,
não é a principal proposta do economista para os países pobres.
Pela manhã, antes de conversar
com jornalistas, Stiglitz fez uma
conferência sobre o tema. Para
ele, os países pobres precisam encontrar um caminho para adequar as regras gerais da economia
globalizada à sua realidade.
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