São Paulo, terça-feira, 20 de janeiro de 2004

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Nobel apóia fundo contra pobreza

DA ENVIADA ESPECIAL A MUMBAI

A proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de criar um fundo internacional contra a pobreza ganhou ontem um aliado importante: o economista Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de economia e ex-economista-chefe do Banco Mundial. Stiglitz é considerado o mais importante porta-voz contra o livre mercado e o receituário do Fundo Monetário Internacional para os países pobres.
"É possível criar um fundo mundial para garantir o acesso dos mais pobres a benefícios essenciais", disse Siglitz ontem, durante uma entrevista a jornalistas no Fórum Social Mundial. Disse que o fundo pode financiar o acesso das populações pobres ao conhecimento e à tecnologia.
Questionado sobre a proposta do presidente Lula de financiar um fundo internacional criando taxas sobre operações financeiras entre países, Stiglitz disse que apóia a proposta, mas diverge da forma de financiamento do fundo: "Basicamente é a mesma idéia [do presidente Lula e dele]. Eu concordo e defendo esse fundo".
A diferença é que Lula quer instituir uma taxa sobre todas as operações financeiras entre países, similar à CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Esse tipo de contribuição já tem nome: é a Taxa Tobin, em homenagem ao seu idealizador, o economista James Tobin, da Universidade de Yale.
"Não estou bem certo sobre a criação da Taxa Tobin", disse Stiglitz. O economista defendeu outras formas de financiamento para o fundo, como multar países que descumprirem o protocolo de Kyoto, assinado em 1997.
A criação do fundo, entretanto, não é a principal proposta do economista para os países pobres. Pela manhã, antes de conversar com jornalistas, Stiglitz fez uma conferência sobre o tema. Para ele, os países pobres precisam encontrar um caminho para adequar as regras gerais da economia globalizada à sua realidade.


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