São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

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PAINEL

Pela culatra 1
A cúpula petista encontrará resistência se tentar punir Virgílio Guimarães, que insiste em disputar a presidência da Câmara. O Movimento PT, corrente do deputado mineiro, avisa que vai reagir em caso de sanção.

Pela culatra 2
"Qualquer ameaça nos levará a exigir a reabertura da discussão na bancada e ampliar a crise, que o campo majoritário nega, mas existe", diz Fernando Ferro (PE). Ele apóia o escolhido da cúpula, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), mas quer respeito à candidatura avulsa de Virgílio.

Sucesso do recesso
Do presidente do PTB, Roberto Jefferson, soldado do Planalto na batalha pró-Greenhalgh: "Se o PT punir Virgílio, ele se elege. Será uma nova Luizianne, com um pouco mais de barriga".

Na ponta do lápis
A despeito do otimismo oficial, formou-se na campanha de Greenhalgh a convicção de que, mantido o atual cenário, a disputa chegará ao segundo turno. Na bancada do PTB, a conta atual é de um voto para Greenhalgh a cada dois para Virgílio.

Papo cabeça
Entre os materiais da campanha de Greenhalgh há um folheto para ser colocado em maçanetas, com os dizeres "portas sempre abertas para idéias".

Melhores amigos
O líder do PT na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), diz que está engajado na campanha de Greenhalgh. Segundo ele, quem afirma o contrário estaria interessado em criar intrigas.

Fundo do baú
Diplomatas que defendem a não-exigência do inglês para ingresso na carreira lembram que quando Paulo Tarso Flecha de Lima e Marcos Azambuja, críticos da medida, foram secretários-gerais do Itamaraty, nos anos 80 e 90, o exame era classificatório, e não eliminatório.

Vem aí
O PFL usará seus primeiros comerciais nacionais deste ano, em março, para bombardear a MP 232, que aumenta o IR para prestadores de serviço. A "gula tributária" do governo, que será mostrada em gráficos, começou a ser alvejada ontem em inserções regionais do partido.

Voz rouca
O líder pefelista no Senado, José Agripino (RN), aposta no "efeito recesso" para derrubar a MP 232. Diz que parlamentares voltarão do período de contato com suas bases carregados de reclamações contra a nova tunga pretendida pelo governo.

É grave a crise 1
Leitor atento dos boletins de rádio-escuta da prefeitura, José Serra deu pela falta desse material informativo na manhã de terça-feira. Após alguma correria dos assessores, descobriu-se que a administração anterior havia suspendido a compra de "toner" para impressoras.

É grave a crise 2
O produto acabou, e a versão em papel da rádio-escuta não chegou à mesa do prefeito. O jeito foi promover uma "vaquinha" entre auxiliares para que a impressora voltasse a funcionar.

Segundo round
As feridas tucanas da disputa pela presidência da Câmara paulistana ainda não fecharam, e a bancada do PSDB já se engalfinha por causa de um outro cargo: a liderança do governo na Casa. Articuladores de José Serra estão divididos entre José Aníbal e Marcos Zerbini.

Nada a ver
O diretório paulistano do PV diz que ainda não foi procurado pelo presidente da Câmara, Roberto Tripoli, alvo de processo na Comissão de Ética do PSDB. Segundo os verdes, a possibilidade de o tucano migrar para a sigla independe da participação desta na gestão Serra.

TIROTEIO

Do secretário de Organização do PT nacional, Gleber Naime (MG), que defende punição a Virgílio Guimarães caso ele vá até o fim com sua candidatura avulsa à presidência da Câmara:
-O PT considera Virgílio Guimarães um dissidente. Uma coisa é certa: o partido não vai ter dois candidatos na eleição de 14 de fevereiro.

CONTRAPONTO

Medida preventiva

Desde que foi eleito governador de São Paulo, em 2002, Geraldo Alckmin costuma receber em seu gabinete no Palácio dos Bandeirantes prefeitos, deputados estaduais e vereadores do interior, quase sempre nas noites de domingo, para ouvir reclamações, sugestões e, na maioria das vezes, pedidos.
Quando os encontros se estendem por várias horas, o tucano encomenda uma pizza para matar a fome dos convidados.
Certa noite, Alckmin recebia o administrador de um pequeno município que passava por grave dificuldade financeira.
Após longo bate-papo sobre amenidades e enquanto o prefeito degustava seu pedaço de pizza, o governador perguntou:
-Então, o que nossa gloriosa cidade pode fazer pelo Estado?
O homem ficou espantado:
-Puxa vida, governador, eu não imaginava que São Paulo estava em situação tão difícil!


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