São Paulo, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2002

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PAINEL

Dogmas de campanha
Exigências da Igreja Universal para apoiar Lula à Presidência: o PT não pode defender na campanha temas como legalização do aborto, descriminação das drogas e união civil entre pessoas do mesmo sexo -bandeiras de setores do partido.

Para inglês ver
FHC pediu para Tasso Jereissati fazer um discurso pro forma em defesa de José Serra na reunião de domingo do PSDB. Depois, o governador poderá se afastar da campanha. Desde que não se aproxime em demasia de Roseana Sarney (PFL).

Dia seguinte
Serra (PSDB) deixará o governo amanhã, em plena crise da dengue, para se dedicar à campanha. Meses atrás, lembra um adversário, o tucano dizia que as pessoas esperavam dele dedicação ao trabalho na Saúde, e não a "caraminholas eleitorais".

Longe do trabalho
Roseana acertou com o PFL que irá passar uma semana no governo do MA e outra em viagens pelo Brasil, alternadamente, até 4 de abril. Ela resistia à idéia, mas acabou cedendo porque acha que o vice José Reinaldo "pegou o jeito" de governar.

Lei Alckmin
O governo de Roseana (PFL) passou a oferecer recompensa para quem fornecer pistas sobre os autores dos assassinatos e castrações de 21 adolescentes no Maranhão -caso denunciado na OEA. Não foram definidos valores para a oferta.

Missão impossível
Pratini de Moraes (Agricultura) contratou uma empresa especializada para exterminar os ratos que infestam o seu prédio na Esplanada dos Ministérios.

Bancada ampla
Antônio Lavareda (MCI) vai prestar consultoria para Hugo Napoleão (PFL-PI). É o sétimo governo que o sociólogo -colaborador da campanha de Roseana- vai assessorar. Os outros são CE, MA, PE, PA, GO e DF.

Pé na estrada
Ciro Gomes inaugurará hoje em Brasília a nova fase de sua campanha. O presidenciável do PPS participará de uma carreata e visitará a periferia do DF. Aconselhado pelo partido, ele deixará os gabinetes e priorizará o contato com os eleitores.

Entraves regionais
Para ser fechada, a "aliança nacional trabalhista", articulada por PPS, PDT e PTB, enfrenta dificuldades em pelo menos quatro Estados: SP, GO, PR e RN. O PDT não aceita acordo pela metade: quer palanque único em todos os Estados.

Data unificada
Ciro Gomes (PPS), Leonel Brizola (PDT) e José Martinez (PTB) discutirão amanhã, no DF, como vencer as divergências nos Estados. Caso haja acordo, será debatida a realização de uma pré-convenção única para lançar Ciro à Presidência.

Papel passado
O PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais) promove amanhã, em São Paulo, um encontro com 30 entidades empresariais para discutir uma forma de exigir publicamente dos candidatos à Presidência um compromisso efetivo com a reforma tributária.

Impasse amazônico
A formação de uma frente de oposição no Amazonas está ameaçada. O ministro tucano Arthur Virgílio (Secretaria Geral) e o ex-prefeito Eduardo Braga (PPS) exigiram a cabeça da chapa na disputa pelo governo, o que fez parar a negociação.

Visita à Folha
Horacio Lafer Piva, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado do assessor de imprensa Carlos Eduardo Alves, da Máquina da Notícia.

TIROTEIO

Da coordenadora da Cáritas no Maranhão, entidade filantrópica da CNBB, Lucineth Machado, sobre Roseana Sarney (PFL) ter dito que o seu Estado "não tem fome":
- Ela disse isso ou por má-fé ou por completo desconhecimento da realidade do Estado. Um lugar onde eu sei que não tem fome é o palácio da governadora. O povo na roça está é morrendo com a barriga vazia.

CONTRAPONTO

Fome capitalista

O extinto PCB tinha, no início da década de 50, um "aparelho" em um sítio na serra da Mantiqueira, na divisa entre SP e MG.
Lá reunia-se a executiva do partido, então na clandestinidade. O caseiro era militante comunista e seu cão, chamado Rex, alegrava as reuniões.
Em 52, o PCB passou por uma séria crise financeira e não teve mais como pagar o salário do caseiro, que ameaçou pedir demissão. Um dirigente, com forte discurso ideológico, convenceu-o a continuar trabalhando de graça. Meses depois, os comunistas voltaram ao "aparelho". Ao encontrar os camaradas, o caseiro foi logo desabafando:
- Foi um período desgraçado, tive de me virar como bóia-fria, mas consegui sobreviver graças à firmeza ideológica.
- E o Rex, por onde anda? - perguntou um dirigente.
- O Rex não teve tanta firmeza ideológica. Morreu de fome.



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