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CASO JERSEY
Alvo é origem das contas
Promotoria pede dados sobre empresa de Maluf
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público Estadual
de São Paulo aguarda resposta a
ofício enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para conhecer os investidores e a origem
dos recursos incorporados ao patrimônio da Eucatex, empresa do
ex-prefeito Paulo Maluf, por meio
da compra de debêntures realizada por fundos da Deutsche Morgan Grenfell, da ilha de Jersey.
Nesse paraíso fiscal, o ex-prefeito teve bloqueadas contas em seu
nome e de seus familiares, nas
quais constariam cerca de US$
200 milhões, conforme publicado
pela Folha, em 10 de junho do ano
passado.
Para os promotores, a informação é importante porque, dependendo da origem do dinheiro e
dos nomes dos investidores, é
possível saber se parte dos recursos depositados no exterior teria
retornado ao Brasil por meio da
compra de debêntures. Da Suíça,
onde Maluf é investigado sob suspeita de lavagem de dinheiro, o
Ministério Público espera receber
documentos que comprovem a
movimentação das contas.
O ofício chegou à CVM no início de fevereiro. Basicamente, a
promotoria solicitou uma investigação sobre a legalidade da operação e a origem do dinheiro que foi
incorporado à Eucatex.
Segundo promotores, não há
dúvidas sobre a existência das
contas. A promotoria defende a
contratação de um advogado pela
Prefeitura de São Paulo, que
acompanhe o caso na Suíça.
Um advogado representando o
município supostamente lesado
em seu erário poderia acompanhar o processo naquele país, o
que é praticamente impossível
para os promotores brasileiros.
Um promotor e dois procuradores viajaram na última semana
à Suíça para conversar com os
responsáveis pela investigação.
Oficialmente, a Justiça suíça não
forneceu mais dados ao Brasil.
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