|
Texto Anterior | Índice
Câmara pode votar hoje emenda das comunicações
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A emenda constitucional que
permite a participação de capital
estrangeiro nas empresas jornalísticas deverá ser votada hoje em
segundo turno no plenário da Câmara. A votação depende da
apreciação de duas medidas provisórias e da proposta que prorroga a CPMF (imposto do cheque).
Ontem foi aprovada a redação
da proposta na comissão especial
que analisa o assunto. Ela manteve o texto aprovado em primeiro
turno, apenas com ajuste de redação para reforçar o comando de
brasileiros natos ou naturalizados
na gestão das atividades das empresas jornalísticas e na definição
do conteúdo da programação.
"A mudança reforça o poder de
mando dos brasileiros nas empresas de comunicação", disse o relator, deputado Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN). A emenda
constitucional foi aprovada em
primeiro turno em dezembro do
ano passado depois de entendimento entre líderes partidários.
A proposta permite a participação estrangeira em jornais, revistas e emissoras de rádio e TV até o
limite de 30% de seu capital e autoriza o controle total das empresas jornalísticas por pessoas jurídicas. Hoje apenas brasileiros natos ou naturalizados há mais de
dez anos podem ser proprietários
de jornais, revistas, rádios e TVs.
O texto estabelece que uma lei
vai adequar os meios de comunicação eletrônica, como internet e
TV por assinatura, aos princípios
constitucionais (artigo 221) aos
quais já estão subordinadas as
emissoras de rádio e TV. A programação deve seguir princípios
de promoção cultural, finalidade
educativa e regionalização da produção. Segundo a emenda, a responsabilidade editorial e a definição do conteúdo da programação
serão dos sócios brasileiros.
O deputado Gilmar Machado
(PT-MG) cobrou ontem a instalação do conselho de comunicação,
previsto na Constituição, mas não
implementado. Segundo ele, o
partido vai insistir na instalação
do conselho, negociada na votação em primeiro turno, mas não
vai se opor à proposta. "Não podemos ser incoerentes. Já votamos a favor no primeiro turno",
disse Machado. Sugestões do PT
foram incorporadas à emenda.
Depois de aprovada na Câmara,
a emenda terá de ser votada no
Senado em dois turnos. Segundo
Henrique Alves, o Senado deverá
aprovar a proposta até o final de
abril. Após sua promulgação, os
congressistas terão de aprovar
uma lei definindo as regras para a
entrada do capital estrangeiro.
Texto Anterior: Câmara: Base não chega a acordo e ameaça CPMF Índice
|