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BAHIAGATE
Delegado é suspeito de pedir autorização para monitorar adversários de ACM
Grampo faz chefe da polícia baiana pedir afastamento
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Suspeito de solicitar autorização
judicial para monitorar conversas
telefônicas de adversários políticos do senador Antonio Carlos
Magalhães (PFL), o delegado-chefe da Polícia Civil da Bahia,
Valdir Gomes Barbosa, 50, pediu
ontem à noite afastamento do
cargo por dois meses.
Em carta ao secretário da Segurança, Edson Sá Rocha, ele justificou a saída "em face da necessidade de prestar esclarecimentos sobre o suposto grampo telefônico
nos inquéritos instaurados pela
Polícia Federal e pela Corregedoria da Polícia Civil, bem como para que o trabalho que deve desenvolver a Polícia Civil não sofra
qualquer tipo de prejuízo".
O governador Paulo Souto
(PFL), após receber o comunicado de Barbosa, nomeou Jacinto
Alberto Correia da Silva para responder temporariamente como
chefe da Polícia Civil. Segundo
Souto, "após concluídas as apurações e restabelecida a verdade
real, Valdir Barbosa deverá retornar às suas atividades".
Na semana passada, Barbosa
disse que não pediu os grampos e
que ficou "perplexo e preocupado
quando viu a lista dos nomes que
tiveram os sigilos telefônicos quebrados". Entre as 126 pessoas que
foram rastreadas entre os dias 29
de outubro de 2001 e 2 de setembro de 2002, estão os deputados
federais Geddel Vieira Lima
(PMDB), o líder do PT na Câmara, Nelson Pellegrino, e o ex-deputado Benito Gama (PMDB).
Também foram monitorados os
advogados Plácido Faria, 40, e
Adriana Barreto, 30, ex-namorada do senador baiano.
Os cinco acusam o senador de
ser o autor intelectual dos grampos. Em Brasília, ACM voltou a
negar participação no episódio.
Pessoa de confiança
Com 27 anos de Polícia Civil,
Valdir Barbosa sempre foi uma
pessoa de confiança do grupo politico comandado por ACM. Sua
ascensão na Polícia Civil aconteceu em 1998, quando a ex-secretária Kátia Alves foi nomeada para
comandar a pasta da Secretaria da
Segurança Pública.
Logo que tomou posse, Kátia
nomeou Barbosa como assessor
especial. O primeiro pedido de
Barbosa para quebrar o sigilo telefônico foi encaminhado à juíza
Teresa Cristina Navarro, de Itapetinga, no dia 25 de março de 2002.
Até o dia 2 de novembro do
mesmo ano, Barbosa foi o responsável por todas as solicitações
de rastreamento encaminhadas à
Justiça. Na época, o delegado alegou que precisava ampliar as investigações para prender três integrantes de uma quadrilha que
havia sequestrado dois adolescentes no município.
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