São Paulo, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Colunista-em-chefe

Jose Goitia/nytimes.com
Pelas ruas de Havana, em foto ontem na home do "NYT", "fila para comprar o jornal" com a coluna


Desde a madrugada no site do "Granma", a renúncia foi manchete o dia inteiro, do site do "New York Times" ao "Jornal Nacional". Mas ninguém foi às ruas em Miami, notou logo o "Miami Herald", depois outros, ouvindo dos exilados que "tudo vai continuar na mesma" e até "estava planejado". Também em Havana "poucos esperam mudança", destacou o "NYT".
Fidel não era presidente havia ano e meio, só colunista. Agora, diz ele no "Granma", "seguirei escrevendo sob o título "Reflexiones del Compañero Fidel'", não mais "Comandante". José Dirceu, no blog, gostou do "companheiro". Andres Oppenheimer, do "Miami Herald", ironizou que ele vira "colunista-em-chefe", com "poder de veto moral" no país. Mudança maior, só mesmo "quando Fidel desaparecer fisicamente".

 

Fim do dia e o blog de Tutty Vasques pergunta "que diabos a imprensa vai publicar", depois de tanto "obituário precoce", quando Fidel Castro morrer de fato.

MAIS OU MENOS
"O comandante renuncia... mais ou menos" foi a manchete no site da "Economist". Já era a situação "de facto" desde 2006 e pouco muda em Cuba "enquanto ele se mantiver vivo" e com "poder de veto", publicando "artigos regulares".

CÃO-DE-GUARDA
Dos poucos a não adiantar obituário, o editor de América Latina do "Financial Times", Richard Lapper, diz que Fidel até "voltou ao centro da política" no último ano, com "colunas de jornal", reunião com Lula etc. E agora se assumiu "cão-de-guarda ideológico".

MUITO BARULHO?
Fim do dia nos EUA e o liberal "NYT" muda de opinião -e destaca na home que, para "especialistas em Cuba", a renúncia não foi "muito barulho por nada", como espalhou a Casa Branca. Marca o fim do "personalismo" e abre "oportunidade para mudanças".

MESTRE DA HISTÓRIA
Já o conservador "Miami Herald", também no fim do dia, sublinhou ainda mais que Fidel, mais uma vez, "controla a sua própria história", ele que é o "mestre da narrativa". O jornal colocou em dúvida se a a renúncia é, de fato, "notícia".

US$ 100 E OS "SEGREDOS"
A submanchete por todo lado foi que o petróleo "atinge recorde acima de US$ 100". Foi "a primeira vez", com a explicação da explosão na refinaria de Big Springs, Texas.
Junto com o preço, o "Financial Times" noticiou, afinal, que os "Segredos das grandes descobertas do Brasil são furtados". Abriu dizendo que "executivos da Halliburton, a empresa americana de serviços, e da Petrobras serão convocados" pela Polícia Federal para esclarecimentos.

"FOI ESPIONAGEM"
Na Folha Online, "PF descarta hipótese de crime comum em furto de dados da Petrobras". Na Reuters Brasil, "Roubo foi espionagem, diz PF". Segundo a "Gazeta Mercantil", em destaque no portal Terra, os dados seriam dos campos Júpiter e BM-S-08.

"ALÍVIO DE ENERGIA"
O site do "Wall Street Journal", agora atento, a exemplo do "FT", à ameaça de racionamento, noticiou a abertura do gasoduto ligando o Espírito Santo ao Sudeste. No título, "Novo gasoduto da Petrobras e chuvas impulsionam suprimento de energia do Brasil".

VALE E O "MONOPÓLIO"
Espalhou-se ontem a reação à Vale, após os acordos que elevam o preço do minério de ferro vendido a siderúrgicas de Japão, Coréia do Sul, Alemanha. O "WSJ" se pergunta, em título, "Com aumentos de preço assim, quem precisa de monopólio?". Acusa a mineradora brasileira de "agir como monopólio" e sugere a atenção dos "reguladores" para a eventual compra da anglo-suíça Xstrata pela Vale.

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@ - Nelson de Sá



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