MST nega que integrantes tenham depredado fazenda da Cutrale em Iaras

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

A 1ª Vara Criminal de Lençóis Paulista (301 km de SP) aceitou ontem denúncia do Ministério Público e abriu processo contra 22 pessoas ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) acusadas de envolvimento com a invasão e depredação de uma fazenda da Cutrale, em Iaras (SP), ocorrida no ano passado.
Os sem-terra responderão ao processo em liberdade. Eles foram acusados pelos crimes de formação de quadrilha, esbulho possessório (retirada violenta de um bem alheio), danos e furto qualificado.
No último dia 4, a Polícia Civil entregou o inquérito à Justiça e indiciou 51 pessoas, identificadas por meio de vídeos com gravações feitas durante a invasão, apreendidos em uma ação policial, e por depoimento de moradores da região. O Ministério Público ainda estuda se apresentará denúncia contra 29 desses sem-terra indiciados.
Sete integrantes do MST chegaram a ficar presos por duas semanas. Eles foram libertados por ordem do Tribunal de Justiça nos dias 10 e 11.
O MST negou que tenha depredado a fazenda e que seus integrantes tenham furtado objetos. Segundo o movimento, a invasão ocorreu porque a área da fazenda pertence à União e foi grilada pela Cutrale. A empresa nega que a área seja grilada. O caso está sub judice.
A invasão na fazenda ocorreu entre setembro e outubro de 2009. Quando os sem-terra saíram da fazenda, deixaram milhares de pés de laranja destruídos, de acordo com a Cutrale.
Uma imagem gravada pela Polícia Militar mostrou um sem-terra passando com um trator por cima do laranjal. Também foram encontrados tratores e móveis destruídos, além de pichações nas paredes. A empresa alegou que teve prejuízos de mais de R$ 1 milhão.
Durante o inquérito policial, a Cutrale disse que fertilizantes, agrotóxicos e objetos apreendidos com os sem-terra durante uma ação policial pertenciam à empresa e tinham sido furtados na invasão.
Entre os integrantes do MST que responderão ao processo na Justiça estão o coordenador estadual Miguel da Luz Serpa, o ex-prefeito de Iaras e presidente municipal do PT, Edilson Granjeiro Xavier, a vereadora de Iaras Rosimeire Pan D" Arco de Almeida Serpa (PT) e o coordenador regional Paulo Rogério Beraldo, identificado como o operador do trator que derrubou os pés de laranja.


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