São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 2000


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PAINEL

A conferir

No malufismo, ouve-se desde a semana passada que Nicéa vai recuar das denúncias que fez contra Pitta e Maluf. Para isso, teria sido motivada por sólidos argumentos. A senha seria uma internação. Ontem, a ex-primeira-dama anunciou que está com broncopneumonia.

Ser ou não ser

A OAB-SP não é unânime sobre o impeachment do prefeito Celso Pitta (PTN). Setores do conselho consideram que um pedido dessa natureza à Câmara paulistana deve ser feito com base em argumentos estritamente jurídicos. E que as acusações de Nicéa Pitta não bastam.

Motivo político

O presidente da OAB, Rubens Approbato Machado, defende que o componente político não pode ser desconsiderado. A cidade estaria ingovernável. E o depoimento de Nicéa -válido como prova testemunhal- impõe que a entidade envie o pedido de impeachment à Câmara.

Mais espera

Caso seja aprovado pela OAB -o que é mais provável-, o pedido de impeachment de Pitta não será encaminhado à Câmara de SP amanhã, como esperado. Uma comissão de redação vai formular o texto, entregando-o na quarta ou quinta.

Conflito de interesses

Por pressão da Executiva Nacional, o PL-SP anuncia hoje que expulsará o vereador que não votar pela CPI do Pittagate. E que deseja o comando da comissão. A sigla tem seis parlamentares, incluindo acusados de integrar a máfia da propina.

PAS

Em meio a boatos de que seriam publicadas denúncias contra vereadores paulistanos da oposição, por suposto jogo duplo, Aurélio Nomura (PSDB) foi parar na enfermaria da Câmara. Pittistas espalham que ele tem cargos na administração.

Nada a perder

O PFL está se lixando ao argumento de que o mínimo de US$ 100 afeta as contas públicas. Motivo: espera que FHC vete o projeto, se ele não for mesmo factível. E fica sozinho com o desgaste político da decisão.

Divina promessa

Fernando Bezerra (Integração Nacional) levou uma carta de FHC ao papa. Nela, o presidente diz que fará a transposição do rio São Francisco. Pode ser. Mas ACM é contra.

Ninguém leva a sério

Malan (Fazenda) se queixou recentemente a um interlocutor de que ninguém acredita quando diz que não é candidato a candidato na sucessão de FHC. Exatamente o contrário do que ocorre com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que já se lançou oficialmente à corrida.

Por gravidade

Avaliação de um antigo auxiliar de FHC: Malan precisa fazer exatamente o que está fazendo para ser o candidato do presidente. Ou seja, nada. Em 2002, o ministro estará há dez anos em evidência, ocupando cargo de primeiro escalão. Sem ter sofrido sequer uma denúncia.

Jeitinho brasileiro

O Ministério Público descobriu que os R$ 5 mi que sumiram da Caixego (Caixa Econômica de Goiás) na eleição de 98 foram devolvidos da mesma forma que saíram: dinheiro vivo. Segundo os procuradores, o dinheiro foi usado para pagar contas de campanha do PMDB.


Chafurdando

Pratini de Moraes (Agricultura) levará Pedro Lamy, comissário da União Européia, a uma fazenda de suínos em MG. "Mostrar favela me irrita, tem de mostrar o que o Brasil tem de bom". Detalhe: o primeiro item da agenda de Lamy é uma visita a uma favela no Rio de Janeiro.

Lançamento

O chanceler Luiz Felipe Lampreia lança amanhã o livro "Diplomacia Brasileira: Palavras, Contextos e Razões". No Museu de Arte Moderna, em SP, às 19h30. O prefácio é de FHC.
E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO

De Paulo Hartung (ES), líder do PPS no Senado, sobre a reunião do Comitê de Política Monetária, nas próximas terça e quarta-feira:
- Ou o Comitê baixa os juros ou passa atestado de que nem a equipe econômica confia no seu discurso otimista sobre recuperação e crescimento.

CONTRAPONTO

Literatura ácida

Em meados de 99, Jader Barbalho (PMDB-PA), que adora falar mal de ACM, e José Serra (Saúde), que é incapaz de perder uma boa piada sobre FHC, conversaram por quatro horas.
Descoberto o encontro, disseram que falaram sobre literatura. Jader afirmou que não sabia que Serra era "um leitor tão voraz"; o ministro, que desconhecia que "Jader gostasse tanto dos clássicos".
Há poucos dias, um amigo de Jader observou que a aproximação PMDB-PSDB se deu após esse encontro.
- É verdade -disse Jader.
O amigo insistiu:
- E, depois disso, vocês têm falado muito?
- Ah, sim! Sempre!
- E de que tanto vocês falam?
- De tudo.
- Mas vocês adoram falar mal dos outros!
- Não vou mentir, falamos sim.
O amigo de Jader provocou:
- E de quem vocês falam?
Jader, às gargalhadas:
- Do Marco Maciel, é claro!


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