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CPI estima que mina rendeu US$ 2 bi
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da CPI do Garimpo da Assembléia Legislativa de
Rondônia, deputado Haroldo
Santos (PP), 51, disse ontem que
até US$ 2 bilhões em diamantes
podem ter sido extraídos clandestinamente da terra indígena Roosevelt (RO) desde 1999.
Segundo ele, a cifra foi obtida
pela comissão com base no relato
de 30 garimpeiros e consultas a
funcionários da Abin (Agência
Brasileira de Inteligência) e da Funai (Fundação Nacional do Índio), policiais federais e militares
do Exército que acompanham o
assunto há mais de quatro anos.
O valor apontado pelo parlamentar é uma estimativa de difícil
confirmação, porque os diamantes, em grande parte, são contrabandeados para fora do Brasil
sem nenhum controle dos órgãos
públicos, como a Receita Federal
e o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral).
"Os índios não ficaram com nada. Só os caciques puderam comprar umas camionetes e armas",
disse o deputado. Ele afirma que
em apenas uma operação a Polícia Federal apreendeu 4.000 pedras retiradas de Roosevelt.
De acordo com o presidente da
CPI, criada em 2003 para investigar assassinatos na área indígena
e que teve participação de deputados de diferentes partidos (a relatoria foi do PT), os índios fizeram
vários acordos com garimpeiros.
A autorização para que o garimpeiro entrasse na área oscilava entre R$ 10 mil e R$ 300 mil.
Mas muitas vezes o índio acabava não permitindo a entrada. Segundo o deputado, diversos garimpeiros entraram na Justiça
contra caciques reivindicando a
devolução de R$ 1 milhão.
Em texto divulgado pela Funai
no seu site na internet, o líder Nacoça Piu Cinta-Larga, presidente
da Associação Pamaré do Povo
Indígena Cinta-Larga, lamenta:
"Com a descoberta do garimpo, a
situação tem se tornado em parte
muito mais difícil, porque se por
um lado temos a dificuldade de
trabalharmos para sustentar nosso povo, por outro lado somos
perseguidos como se fôssemos
bandidos condenados à morte".
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