São Paulo, sexta-feira, 20 de abril de 2007

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Petista deve assumir porto de Santos com apoio do PSB

Indicação de Fausto Figueira, aliado de José Dirceu, teve o aval do ex-ministro

Terminal hoje está sob o Ministério dos Transportes, controlado pelo PR; líder do PSB articulou a criação da Secretaria dos Portos


JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-deputado estadual Fausto Figueira (PT-SP) deverá ser o novo presidente da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), órgão federal responsável pelo comando do porto de Santos, o maior e mais importante do país.
Aliado do ex-ministro José Dirceu, Figueira não foi reeleito em 2006 e deverá assumir o cargo, até o final do mês, com o apoio do líder do PSB na Câmara, Márcio França.
França se destacou na articulação para criar a Secretaria Nacional dos Portos, a ser implantada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para contemplar o PSB no ministério.
Atualmente, a direção do porto, ainda subordinado ao Ministério dos Transportes, é ocupada por José Carlos Mello Rego, indicado pelo PR.
O PT tem hoje duas diretorias, que o partido negocia com o governo para manter, já que parte da legenda em São Paulo, especialmente o grupo ligado a Marta Suplicy, não se sente representada por Figueira.
A Folha apurou que a indicação de Figueira teve o aval de Dirceu, hoje consultor de empresas, e teve o apoio da Libra Terminais, uma das maiores operadoras do porto. O terminal paulista de cargas responde por 30% da movimentação do setor no país.
A indicação de Figueira também é bem vista pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Apesar de não considerar o petista um "técnico", a instituição avalia que ele têm credenciais éticas para ocupar o posto.
Médico por formação, ele é o primeiro suplente petista da Assembléia paulista e tem pretensões de concorrer à Prefeitura de Santos em 2008.
O PMDB paulista também deve receber um cargo de direção no porto. Para isso, abrirá mão de controlar a Ceagesp, principal central de abastecimento do Estado, subordinada ao Ministério da Agricultura.
O nome mais forte no partido para uma diretoria da Codesp é o do ex-presidente da Câmara de São Paulo, Miguel Colassuono, indicado pelo ex-governador Orestes Quércia.
Se a triangulação der certo, na Ceagesp o controle retornará ao grupo do deputado federal João Paulo Cunha (PT), que controlava a central até o escândalo do mensalão, em 2005.


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