São Paulo, segunda, 20 de abril de 1998

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PAINEL

Óleo de peroba
Na Lei de Diretrizes Orçamentárias para 99, o Planalto excluiu a determinação para que o Tribunal de Contas da União envie ao Legislativo relatório sobre obras irregulares do Executivo, cujo prazo normalmente é setembro, véspera da eleição.

Crise à vista
O governo quer usar o excesso de arrecadação e o ganho financeiro dos fundos federais em 99 para pagar dívidas. Seriam atingidos o FAT e os fundos militares. A turma da caserna já percebeu e não gostou nada.

Atrás do prejuízo
O Ministério da Educação já admite negociar com os professores das universidades federais, em greve desde o início do mês. O secretário Abílio Baeta recebe sindicalistas na quarta. Na semana passada, FHC havia cobrado soluções de Paulo Renato.

Exército de reserva
Ao cadastrar os desempregados e organizar comitês regionais dos sem-emprego, CUT e MST querem amplificar o problema, que deve ser uma das maiores dores de cabeça de FHC na campanha da reeleição.

Prevenindo ataques
De Paulo Bernardo (PT-PR), sobre a LDO não exigir que o TCU avise o Congresso de irregularidades do governo: "FHC quer evitar que haja acusações contra o governo na véspera do pleito. Tudo pela reeleição".

Depende do bolso
Publicitário de Francisco Rossi, Chico Malfitani diz que, quem paga R$ 5 mi por uma campanha, "ou é governo ou tem ótimas relações com empreiteiras". Afirma que o pedetista gastará cerca de 20% disso.

Intriga regional
Para FHC, São Paulo deve se precaver na reforma tributária. O trio que vai tratar da matéria é piauiense: Freitas Neto (Reforma Institucional), Pedro Parente, executivo da Fazenda, e Mussa Demes, relator na Câmara.

Defesa prévia
Candidata a governadora, Marta Suplicy (SP) usará as inserções de TV do PT para tentar escapar do carimbo de que não tem experiência administrativa. Segundo pesquisas, nesse quesito, o eleitor não quer arriscar.

Xepa imortal
Uma livraria de Brasília decidiu queimar o estoque e o colocou "O Dono do Mar", livro de Sarney, em liquidação. Por R$ 5, o leitor leva um exemplar e outros dois livros de brinde.

Cenário favorito
A cúpula da Câmara avalia que Pedrinho Abrão (PTB) será cassado. Ele é acusado de cobrar propina de empreiteira. Mas o alto clero da Casa prevê que os demais deputados ameaçados de cassação vão conseguir escapar.

Faroeste capixaba
Caciques do PFL, como o líder do governo no Senado, Élcio Álvares, pediram ao governador Vitor Buaiz que intercedesse em favor de Cabo Camata, prefeito de Cariacica, preso na Semana Santa sob acusação de estar com armas contrabandeadas.

Jogando a toalha
Assessores próximos ao governador Mário Covas (PSDB) já dão o PFL como perdido para Maluf (PPB). E fazem as contas da vantagem na TV do pepebista, que pode ter mais do que o dobro do tempo do tucano.

Esperança malufista
Maluf disse a pepebistas que há um obstáculo para Luiz Carlos Santos (PFL) ser seu candidato a vice em São Paulo: dificultaria uma aliança, no 1º ou 2º turno, com Quércia (PMDB), arquiinimigo do pefelista, com quem Maluf tem conversado.

Torcida interessada
Tucanos paulistas estão comemorando a estadualização de telejornais locais. Avaliam que a exposição em todo o Estado da má imagem da gestão de Celso Pitta na capital pode tirar votos de Maluf (PPB) no interior.

TIROTEIO

Do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), sobre a possibilidade de os sequestradores canadenses de Abílio Diniz serem transferidos para seu país, segundo anúncio do secretário José Gregori (Direitos Humanos):
- Em vez de tratamento com base no capítulo de direitos humanos a sequestradores enquadrados em crimes hediondos, o secretário deveria se preocupar com os pobres que estão mofando nas penitenciárias, cumprindo penas, muitas vezes, por pequenos delitos.

CONTRAPONTO

Turma do barulho
Jânio Quadros, que sempre usou a moralidade administrativa e o combate à corrupção como bandeiras eleitorais, nunca perdia a oportunidade de colocar em dúvida a honestidade de seu adversário Adhemar de Barros, a que se atribuía o slogan "rouba, mas faz".
Na década de 60, Jânio recebeu o apoio de Juvenal Lino de Matos, senador paulista que havia militado muitos anos no PSP (Partido Social Progressista) de Adhemar.
Em um dos primeiros comícios em que Jânio e Lino de Matos estiveram juntos, houve uma grande confusão na praça.
No final do ato, Jânio recebeu a informação de que o tumulto fora provocado pela polícia, na tentativa de prender alguns batedores de carteira.
Nessa hora, Jânio não resistiu, virou-se para Matos e brincou:
- Lino, vejo que você não veio sozinho. Trouxe os seus companheiros da época do Adhemar.

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