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"BRASIL EM AÇÃO"
Projetos de infra-estrutura econômica usam a totalidade de verbas, o que não se repete em outras áreas
FHC gasta menos do que pode com o social
OSWALDO BUARIM JR.
da Sucursal de Brasília
Projetos sociais do programa
"Brasil em Ação", que reúne as
prioridades de investimentos e as
bandeiras da campanha reeleitoral
do presidente Fernando Henrique
Cardoso, tiveram menor execução
orçamentária em 97 que projetos
de infra-estrutura econômica.
O Programa Nacional de Geração de Emprego e Renda aplicou
no ano passado apenas 29,9% do
que dispunha no Orçamento. Durante o ano, o desemprego teve
um aumento considerável. A taxa
de desemprego nas principais regiões metropolitanas passou de
5,14% em janeiro de 1997 para
7,25% em janeiro de 1998.
De R$ 16 milhões previstos, o
Proger gastou apenas R$ 4,79 milhões com a concessão de crédito a
setores sem acesso ao sistema financeiro, especialmente nas chamadas "áreas de pobreza".
O fraco desempenho aconteceu
principalmente com a parcela de
recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), gerida pelo
BNDES, que aplicou R$ 1,6 milhão
(14,5%) dos R$ 11,4 milhões que
colocou no Orçamento.
O Reforsus (programa de reaparelhamento dos serviços públicos
de saúde) também investiu muito
menos dinheiro do que estava previsto. Foram gastos R$ 53,8 milhões (33,5%) dos R$ 160,3 milhões no Orçamento.
O combate à mortalidade infantil, que dispunha de R$ 642 milhões no Orçamento de 97, gastou
apenas R$ 369,9 milhões -57,6%
do dinheiro previsto para o combate à desnutrição, distribuição de
medicamentos e vacinas, abastecimento de água, redes de esgotos e
melhorias sanitárias.
A pesquisa foi feita no Siafi (sistema pelo qual é possível acompanhar a execução do Orçamento)
pelo deputado Paulo Bernardo
(PT-PR), que selecionou 27 projetos do "Brasil em Ação" nas áreas
social e de infra-estrutura.
Os projetos pesquisados utilizaram R$ 4,098 bilhões dos R$ 5,187
bilhões disponíveis no Orçamento, com uma média de aplicação
de 79% do dinheiro previsto no
início do ano passado.
A média foi puxada pelos investimentos em infra-estrutura. As
obras em portos tiveram o melhor
índice de realização, aplicando
quase a totalidade dos recursos
previstos.
A ampliação do terminal de contêineres do porto de Santos gastou
100% dos R$ 64,3 milhões que dispunha no Orçamento. No porto de
Pecém (CE), foram gastos R$ 49
milhões dos R$ 50 milhões previstos -uso de 98% dos recursos disponíveis.
No porto de Suape (PE) foram
gastos R$ 47,8 milhões dos R$ 48,8
milhões previstos -uso de 97,9%
dos recursos.
Na área social, os programas de
reforma agrária e de qualificação
profissional gastaram a quase totalidade dos recursos disponíveis.
Foram aplicados na reforma agrária, até 5 de fevereiro deste ano (o
Orçamento de 97 ainda está aberto), R$ 1,17 bilhão (96,8%) de R$
1,21 bilhão disponível.
O programa de qualificação profissional investiu 96,4% dos R$
368 milhões disponíveis.
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