São Paulo, Terça-feira, 20 de Abril de 1999
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SÃO PAULO
Tucano cobra do governo mais agilidade
"Tem que furar o tumor", diz Covas

Cleo Velleda/Folha Imagem
O governador Mário Covas (PSDB), no Palácio dos Bandeirantes


da Reportagem Local

O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), cobrou ontem do governo federal mais agilidade na apuração de supostas irregularidades no sistema financeiro.
Em tom incisivo, disse que o governo precisa "furar o tumor" e partir para uma apuração "muito mais rápida do que a do próprio Legislativo", usando todos os instrumentos de que dispõe para investigar suposto vazamento de informações do Banco Central para os bancos Marka e FonteCindam.
"Uma acusação desse tipo que, por enquanto, é apenas uma acusação, embora tenha evidências muito fortes, é alguma coisa que o governo deve pesquisar com muita rapidez. Poder bom é poder que se auto-policia", sustentou.
Para ele, o Executivo tem de punir os eventuais culpados, "doa a quem doer". "Se for verdade, custe o que custar, seja quem esteja envolvido, afasta. Em matéria de seriedade, não tem amigo, aliado, adversário, não tem. É tudo igual".
A postura de Covas vai, aparentemente, na contramão do comportamento do presidente Fernando Henrique Cardoso em relação às investigações sobre o sistema financeiro. FHC disse, em viagem à Europa, que o caso "não tem esse vulto que se está dando". Tachou de "arbitrária" a ação de busca e apreensão de documentos na casa do ex-presidente do BC Francisco Lopes. A busca foi feita com base em requerimento do Ministério Público.
Em relação a esse episódio, o governador afirmou que decisão da Justiça não se contesta: "A Justiça existe exatamente para não ter arbitrariedade, portanto, se achou que deveria fazer, não há como discutir".


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