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São Paulo, terça-feira, 20 de maio de 2003

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TRANSIÇÃO

Lula e Palocci insistem em dar prioridade à estabilidade

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em meio a críticas da oposição e de setores do próprio governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) reafirmaram ontem que não haverá mudança nas linhas gerais da política econômica, pelo menos por enquanto.
Na reunião com os ministros na Granja do Torto, Lula disse que ninguém mais do que ele quer que os juros sejam reduzidos. Mas ressaltou que essa não é uma decisão que ele possa tomar de maneira arbitrária.
"Estou ciente de que ainda atravessamos uma fase difícil", disse Palocci, segundo relato de outros ministros, mas, continuou o ministro, "a estabilidade tem que ser a base de tudo". A frase, segundo relato de participantes da reunião, é o resumo perfeito e acabado de tudo o que Lula e o ministro disseram sobre a economia. O Copom (Comitê de Política Monetária) decide amanhã sobre a manutenção ou não da atual taxa de juros, de 26,5% ao ano.
Um dos principais críticos dentro do governo da política de juros altos é o vice-presidente José Alencar (PL), que não participou da reunião por estar doente.
Segundo Lula, a economia está sob controle, mas precisa ser administrada de forma cuidadosa. Se não der certo, o governo dificilmente terá a oportunidade de atender às expectativas que gerou durante a campanha eleitoral.
Antes, Palocci traçou um cenário internacional mostrando que o mesmo inspira cuidados. Um dos motivos são os indicadores econômicos norte-americanos, aliados ao compasso de espera dos investidores devido ao pós-guerra no Iraque.
O ministro da Fazenda foi extenso na apresentação de números positivos que a economia acumulou no início do governo Lula. Falou sobre taxa de câmbio (a respeito da valorização do real) e da queda do risco Brasil, entre outros indicadores.
Segundo a Folha apurou, Palocci não deu indicações se a taxa de juros vai cair ou não nos próximos dias, mas disse que a melhora dos indicadores não representa um cenário ainda confortável para o país. Mostrou que ainda está preocupado em consolidar a estabilidade da economia e a confiança dos investidores estrangeiros.

Criatividade
Lula fez um discurso final elogiando a equipe, se disse orgulhoso dos ministros e pediu "mais criatividade" de todos para vencer a escassez de recursos.
A impressão dos ministros, ao final do encontro, foi a de que todos estavam mais bem informados da realidade de suas áreas.
Em todas as exposições foram usados muitos números sobre como está cada setor. A maioria também falou sobre quanto usou de recursos até agora e em que tipo de projeto. Por essa razão, vários ministros acabaram excedendo o tempo de dez minutos a que cada um tinha direito.


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