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TRANSIÇÃO
Lula e Palocci insistem em dar prioridade à estabilidade
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em meio a críticas da oposição
e de setores do próprio governo, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Antonio Palocci
Filho (Fazenda) reafirmaram ontem que não haverá mudança nas
linhas gerais da política econômica, pelo menos por enquanto.
Na reunião com os ministros na
Granja do Torto, Lula disse que
ninguém mais do que ele quer
que os juros sejam reduzidos. Mas
ressaltou que essa não é uma decisão que ele possa tomar de maneira arbitrária.
"Estou ciente de que ainda atravessamos uma fase difícil", disse
Palocci, segundo relato de outros
ministros, mas, continuou o ministro, "a estabilidade tem que ser
a base de tudo". A frase, segundo
relato de participantes da reunião,
é o resumo perfeito e acabado de
tudo o que Lula e o ministro disseram sobre a economia. O Copom (Comitê de Política Monetária) decide amanhã sobre a manutenção ou não da atual taxa de
juros, de 26,5% ao ano.
Um dos principais críticos dentro do governo da política de juros altos é o vice-presidente José
Alencar (PL), que não participou
da reunião por estar doente.
Segundo Lula, a economia está
sob controle, mas precisa ser administrada de forma cuidadosa.
Se não der certo, o governo dificilmente terá a oportunidade de
atender às expectativas que gerou
durante a campanha eleitoral.
Antes, Palocci traçou um cenário internacional mostrando que
o mesmo inspira cuidados. Um
dos motivos são os indicadores
econômicos norte-americanos,
aliados ao compasso de espera
dos investidores devido ao pós-guerra no Iraque.
O ministro da Fazenda foi extenso na apresentação de números positivos que a economia acumulou no início do governo Lula.
Falou sobre taxa de câmbio (a respeito da valorização do real) e da
queda do risco Brasil, entre outros
indicadores.
Segundo a Folha apurou, Palocci não deu indicações se a taxa de
juros vai cair ou não nos próximos dias, mas disse que a melhora dos indicadores não representa
um cenário ainda confortável para o país. Mostrou que ainda está
preocupado em consolidar a estabilidade da economia e a confiança dos investidores estrangeiros.
Criatividade
Lula fez um discurso final elogiando a equipe, se disse orgulhoso dos ministros e pediu "mais
criatividade" de todos para vencer a escassez de recursos.
A impressão dos ministros, ao
final do encontro, foi a de que todos estavam mais bem informados da realidade de suas áreas.
Em todas as exposições foram
usados muitos números sobre como está cada setor. A maioria
também falou sobre quanto usou
de recursos até agora e em que tipo de projeto. Por essa razão, vários ministros acabaram excedendo o tempo de dez minutos a que
cada um tinha direito.
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