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BAHIAGATE
Brindeiro pode arquivar
STF apura se ACM está envolvido com grampos
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O STF (Supremo Tribunal Federal) abriu inquérito criminal
para apurar se o senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA) tem
responsabilidade por gravações
ilegais de conversas telefônicas
realizadas por funcionários do governo baiano.
A abertura do inquérito é um procedimento formal, e ocorre
por causa do envio pelo presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), de cópia da investigação contra ACM feita pelo Conselho de Ética. Após a escolha aleatória do relator, será ouvida a
opinião do procurador-geral da
República, Geraldo Brindeiro.
Se Brindeiro, que irá concluir o
quarto mandato de procurador-geral em 28 de junho, considerar
que não há nenhuma razão para
prosseguir a investigação, o caso
será arquivado.
Se, ao fim do mandato, não for
reconduzido ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a
reabertura da investigação por
seu sucessor dependerá do surgimento de um fato novo.
Em 30 de abril, a Mesa do Senado livrou ACM da cassação do
mandato ao recusar o pedido de
abertura de processo disciplinar
contra ele, aprovado na véspera
pelo Conselho de Ética, mas decidiu pelo envio da documentação
ao Supremo. Na semana seguinte,
o plenário rejeitou recurso contra
o arquivamento.
A gravação de conversa telefônica sem autorização judicial é
crime, definido na legislação penal. Se a apuração for levada à
frente, o inquérito será transformado futuramente em uma ação
penal. Em tese, ACM pode ser
condenado por violação de sigilo.
Mesmo condenado criminalmente, o senador baiano só perderá o mandato por decisão política. Nessa hipótese, a Constituição prevê deliberação do plenário
do Senado por maioria absoluta e
em votação secreta.
A Folha procurou ACM no início da noite, mas a sua assessoria
informou que ele estava viajando e que não o havia localizado.
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