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São Paulo, terça-feira, 20 de maio de 2003

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ICMS

Ação do Ministério Público pede que rede devolva R$ 26 mi

Promotoria investiga benefícios fiscais a empresas em São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público de São Paulo investiga um suposto esquema formado por fiscais da Secretaria Estadual da Fazenda que teriam concedido benefícios fiscais ilegais a empresas. Em ação civil, a Promotoria pede que a rede McDonald's devolva cerca de R$ 26 milhões por ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) atrasado.
A responsabilidade pela não-cobrança é atribuída ao ex-diretor da Deat (Diretoria Executiva da Administração Tributária) Roberto Mazzonetto. Na ação, o promotor Luiz Salles do Nascimento afirmou que Mazzonetto agiu com com "negligência" e "ineficácia intolerável para o exercício de sua função". Hoje o responsável pelo caso é Márcio Elias Rosa.
A rede McDonald's, do grupo Restco, é apontada como a co-ré, pois teria sido beneficiada pelo indevido cancelamento de débitos, com um prejuízo para o Estado de R$ 25.994.464,38. A empresa argumenta que a isenção foi permitida por lei estadual (leia texto).
Elias Rosa não concorda. "A anistia não era indiscriminada, não poderia ser aplicada para empresas que estavam sob investigação, como é o caso da rede."
A investigação partiu da própria secretaria que, entre setembro de 1996 e março de 1997, lavrou dezenas de multas contra a empresa por sonegação. Depois, a mesma equipe cancelou as cobranças.
Uma das justificativas apresentadas era a tramitação de uma ação judicial, interposta pela Restco em 1989, que reivindicava o direito de recolher um ICMS específico. Em 1998, o Supremo Tribunal Federal deu ganho de causa à empresa por entender que não existia em São Paulo uma base de cálculo do imposto incidente sobre o fornecimento de alimentação e de bebidas em restaurantes.
O Ministério Público, porém, alega que, quando a ação foi interposta na Justiça, a Lei 8.198/92, que cria uma base de cálculo de 12% no fornecimento de alimentos e de bebidas, ainda não existia, o que fragiliza a decisão judicial.


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