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São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 2003

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Justiça dos EUA quebra sigilo de conta bancária

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DA REPORTAGEM LOCAL

A pedido de promotores de Nova York, a Justiça norte-americana quebrou o sigilo da conta da casa de câmbio uruguaia Lespan S.A. no Citibank de Nova York, usada para lavagem de dinheiro, segundo o Congresso dos Estados Unidos.
De acordo com a Polícia Federal, a conta movimentou dinheiro proveniente de empresas que prestaram serviços para a Prefeitura de São Paulo, principalmente na construção da avenida Água Espraiada (zona sul da cidade).
Numa missão de 75 dias aos EUA, entre fevereiro e maio, o delegado José Francisco de Castilho Neto e o perito Renato Barbosa, que na época integravam a equipe da Polícia Federal encarregada de investigar a suspeita de uso da agência do Banestado de Nova York para lavar US$ 30 bilhões, trocaram informações com os promotores norte-americanos. A partir disso, surgiu o pedido para a quebra do sigilo da conta da casa de câmbio uruguaia.
Agora cedidos ao Ministério Público Federal em Brasília, que apura o envolvimento de políticos e funcionários públicos nas operações de lavagem por intermédio do Banestado, Castilho Neto e Barbosa disseram à Folha que precisam de mais dez dias em Nova York para conseguir dados relacionados a duas contas norte-americanas.
Com as informações, poderiam fechar o círculo do dinheiro de operações que envolveriam dois políticos, cujos nomes eles não revelam.
A Folha apurou que uma dessas contas é a da Lespan. Segundo informações transmitidas pelo Federal Reserve (o banco central norte-americano) a autoridades brasileiras, essa conta teve um fluxo de US$ 1 bilhão.
Como os dados da conta da Lespan já estão nas mãos dos promotores de Nova York, a equipe brasileira precisaria apenas de uma autorização administrativa para poder recebê-los.
A Promotoria de Justiça da Cidadania de São Paulo suspeita de que dinheiro supostamente desviado de obras públicas da prefeitura tenha sido depositado na conta da Lespan após passar pelo Banestado de Nova York e antes de migrar para a Europa.
O promotor Silvio Antonio Marques afirma que há pelos menos três conhecidos políticos paulistas sendo investigados pelo Ministério Público de São Paulo. (ANDRÉA MICHAEL E ROBERTO COSSO)


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