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Justiça dos EUA quebra sigilo de conta bancária
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
A pedido de promotores de Nova York, a Justiça norte-americana quebrou o sigilo da conta da
casa de câmbio uruguaia Lespan
S.A. no Citibank de Nova York,
usada para lavagem de dinheiro,
segundo o Congresso dos Estados
Unidos.
De acordo com a Polícia Federal, a conta movimentou dinheiro
proveniente de empresas que
prestaram serviços para a Prefeitura de São Paulo, principalmente
na construção da avenida Água
Espraiada (zona sul da cidade).
Numa missão de 75 dias aos
EUA, entre fevereiro e maio, o delegado José Francisco de Castilho
Neto e o perito Renato Barbosa,
que na época integravam a equipe
da Polícia Federal encarregada de
investigar a suspeita de uso da
agência do Banestado de Nova
York para lavar US$ 30 bilhões,
trocaram informações com os
promotores norte-americanos. A
partir disso, surgiu o pedido para
a quebra do sigilo da conta da casa
de câmbio uruguaia.
Agora cedidos ao Ministério
Público Federal em Brasília, que
apura o envolvimento de políticos
e funcionários públicos nas operações de lavagem por intermédio
do Banestado, Castilho Neto e
Barbosa disseram à Folha que
precisam de mais dez dias em Nova York para conseguir dados relacionados a duas contas norte-americanas.
Com as informações, poderiam
fechar o círculo do dinheiro de
operações que envolveriam dois
políticos, cujos nomes eles não revelam.
A Folha apurou que uma dessas
contas é a da Lespan. Segundo informações transmitidas pelo Federal Reserve (o banco central
norte-americano) a autoridades
brasileiras, essa conta teve um fluxo de US$ 1 bilhão.
Como os dados da conta da Lespan já estão nas mãos dos promotores de Nova York, a equipe brasileira precisaria apenas de uma
autorização administrativa para
poder recebê-los.
A Promotoria de Justiça da Cidadania de São Paulo suspeita de
que dinheiro supostamente desviado de obras públicas da prefeitura tenha sido depositado na
conta da Lespan após passar pelo
Banestado de Nova York e antes
de migrar para a Europa.
O promotor Silvio Antonio
Marques afirma que há pelos menos três conhecidos políticos paulistas sendo investigados pelo Ministério Público de São Paulo.
(ANDRÉA MICHAEL E ROBERTO COSSO)
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