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Coordenador foi indiciado em CPI
RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS
Um dos principais articuladores e administradores da campanha do presidenciável Ciro Gomes (PPS) em Alagoas, o deputado estadual Antônio Albuquerque (PTB), é um dos mais importantes integrantes da campanha
de Fernando Collor de Mello
(PRTB) e foi indiciado em 2000
pela CPI da Câmara que investigou o narcotráfico no país.
Albuquerque, que é presidente
da Assembléia Legislativa alagoana, foi do PRTB de Collor -candidato ao governo do Estado-
até junho do ano passado e tem
uma relação próxima com o ex-presidente desde 1999.
Ele e o deputado federal Regis
Cavalcante (PPS) são os coordenadores da Frente Trabalhista.
"Aqui todo mundo sabe que o
PTB tem uma relação forte com o
Collor", diz o presidente estadual
do PPS, Anivaldo Miranda.
O PTB, que tem 14 dos 27 deputados estaduais de Alagoas, indicou o vice na chapa do ex-presidente, o deputado Antônio Carlos
Rezende, o "Cacalo". A união de
partidos da Frente com o ex-presidente -que deixou o Planalto
em 1992, depois de renunciar devido a acusações de envolvimento
com atos de corrupção- vem
sendo usada por adversários de
Ciro, principalmente os tucanos,
para reforçar a crítica de que ele
seria "um novo Collor".
Além de ser um dos mais ferrenhos "colloridos", Albuquerque
tem a fama de participar de atos
irregulares no Estado.
O deputado foi procurado por
três dias pela Agência Folha, mas
sua assessoria informou que ele
não se pronunciaria. Seu chefe de
gabinete, Nailton Felizardo, disse
que as acusações não tinham fundamento, por isso foram arquivadas pelo Ministério Público.
Relatório
De acordo com o relatório final
da CPI, contra o deputado pesam
"sérias acusações de participação
em crimes de receptação de veículos roubados, envolvimento em
homicídios e atos de improbidade
administrativa".
Ele foi um dos depoentes quando membros da CPI estiveram em
Maceió e acabou sendo, ao lado
de políticos locais, indiciado por
sonegação fiscal, enriquecimento
ilícito e crime organizado.
A acusação foi enviada ao Ministério Público Estadual em março de 2001, mas foi arquivada.
De acordo com o procurador-geral de Justiça de Alagoas, Lean
Araújo, que é primo em segundo
grau de Albuquerque, o deputado
e outros políticos de Alagoas foram acusados na CPI, mas nenhuma prova que levantasse a suspeita da incriminação dos acusados
foi apresentada.
"Mandamos arquivar por ausência de qualquer elemento probatório", afirmou o procurador,
que nega qualquer influência devido ao parentesco. "Sou primo
há 39 anos, e só descobriram isso
agora", afirma.
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