São Paulo, sábado, 20 de julho de 2002

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Tasso diz que não vai ajudar Serra

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O ex-governador do Ceará Tasso Jereissati (PSDB) afirmou ontem que não irá se engajar na campanha presidencial de seu companheiro de partido, José Serra (PSDB), mesmo depois da queda do tucano nas pesquisas.
"Não vou mudar nada, vou continuar como sempre estive. Tenho uma campanha muito difícil aqui e estou engajado nessa campanha", disse Tasso, ao lado do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), que já divulgou apoio ao candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes.
Tasso e ACM chegaram juntos, no carro do ex-governador do Ceará, que dirigia, ao evento de comemoração dos 50 anos de existência do BNB (Banco do Nordeste do Brasil), na sede do banco, em Fortaleza.
Os dois almoçaram juntos na casa de Tasso em companhia de uma comitiva baiana: o ex-governador da Bahia César Borges, o prefeito de Salvador, Antônio Imbassahy, e o candidato do PFL ao governo, Paulo Souto.
ACM afirmou que aproveitou para se "aconselhar com Tasso" sobre "o que é possível fazer na Bahia pela candidatura de Ciro", apesar de afirmar que reconhece que Tasso "é homem de partido". "É claro que todos nós temos o mesmo propósito de saber que o Ciro é um homem que pode governar o Brasil pelas suas qualidades, até porque é muito afinado com o Tasso e com o Nordeste."

Desinteresse
Tasso não só disse que não irá se engajar na campanha de Serra como também afirmou que não tem participado de nenhuma conversa sobre a campanha.
Quando questionado sobre o porquê da inexistência da campanha de Serra no Ceará, primeiro afirmou que essa pergunta deveria ser feita à própria campanha de Serra. Depois, disse que a pergunta deveria ser feita a Sergio Machado, candidato do PMDB ao governo do Estado e um de seus principais adversários políticos no Estado, "até porque o PMDB disputava o lugar de palanque preferencial".
Para o tucano, é "difícil" Serra melhorar seu desempenho eleitoral no Estado. "O Ciro é um candidato cearense e é muito difícil, como já foi em 1998, um candidato que possa se confrontar com o Ciro, que tem um prestígio eleitoral muito grande aqui, até pela questão do orgulho do cearense de ter um candidato."
Na opinião de ACM, Serra não vai conseguir subir nas pesquisas nem mesmo "sorrindo". "Ele não consegue sorrir porque o sorriso dele é sempre forçado, não alegra de jeito nenhum."
Nem mesmo a comparação de Ciro com o ex-presidente Fernando Collor, para ACM, irão melhorar a situação do tucano. "O maior Collor que conheci foi Fernando Henrique Cardoso, que ia ser ministro do Collor", disse ACM. "Acho que no governo hoje tem mais collorido do que nós todos fomos."



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