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Prefeitos tucanos de AL apóiam Serra e Collor
MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO
Foi quase uma encenação o suposto epílogo com que a direção
nacional do PSDB pretendeu encerrar anteontem o episódio do
apoio da prefeita tucana de Arapiraca (AL) à candidatura de Fernando Collor de Mello (PRTB) ao
governo de Alagoas.
Primeiro, o partido distribuiu
nota ameaçando expulsar a prefeita Célia Rocha, mulher do ministro da Integração, Luciano
Barbosa. Depois, ao anunciar a retirada do apoio dela ao ex-presidente, que sofreu impeachment
em 92, elogiou-a como um exemplo de comportamento ético.
O que não foi dito:
1) que não há garantia de que
Célia não fará campanha para
Collor. Deve ocorrer o contrário,
segundo assessores seus. Ao informar que não se associaria a
Collor, ela não falou em se engajar
na reeleição de Ronaldo Lessa
(PSB), apoiada por PSDB e PMDB
em aliança branca;
2) no mínimo outros dez prefeitos do PSDB de Alagoas -cerca
de um terço do total tucano- fazem campanha para Collor. Entre
eles os de Pão de Açúcar, Cajueiro, Penedo, Jequiá, Roteiro e Viçosa. Não houve reprimenda do
PSDB nacional a eles;
3) para pôr panos quentes na
crise, os senadores Teo Vilela
(PSDB-AL), a quem Célia Rocha é
ligada, e Renan Calheiros
(PMDB-AL), padrinho da indicação do ministro Luciano Barbosa,
se reuniram com o presidente
Fernando Henrique Cardoso.
Não houve pronunciamento algum do PSDB sobre um fato: o
primeiro suplente de Teo em sua
tentativa de se reeleger, o empresário João Tenório (PSDB), é um
dos mais aguerridos aliados de
Collor na campanha estadual.
Tenório preside a cooperativa
dos usineiros de Alagoas e é cunhado de Teo Vilela, o senador
que também ameaçou Célia Rocha com a expulsão do PSDB se
insistisse na opção Collor;
4) o mesmo Renan que conversou com Fernando Henrique Cardoso tem pelo menos quatro prefeitos da sua base do PMDB unidos a Collor.
PSDB e PMDB, os partidos alinhados na candidatura presidencial do tucano José Serra, apóiam
a reeleição de Lessa mesmo sem
coligação formal.
Serra
Com a adesão de prefeitos dos
partidos pró-Serra ao ex-presidente, fica fragilizada a acusação
de Serra segundo o qual o presidenciável Ciro Gomes (PPS) seria
um ""genérico do Collor". O PPS
alagoano aderiu à coligação de
Collor, em decisão que a direção
nacional tenta anular na Justiça. E
o PTB da coligação de Ciro indicou o vice do ex-presidente.
"Nós do PSDB apoiamos Collor
para governador e Serra para presidente", disse o prefeito de Pão
de Açúcar, o tucano Jorge Dantas,
criando a ""chapa" Serra-Collor.
Dantas e outros dois prefeitos se
afastaram ontem da Comissão
Executiva Estadual do PSDB, mas
continuam no partido. Ele pediu
uma reunião de emergência com
a direção nacional para discutir a
questão Collor.
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