São Paulo, domingo, 20 de julho de 2008

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Greenhalgh diz em grampo que "fala até com Lula"

DA REPORTAGEM LOCAL

Em 17 de abril, a Polícia Federal grampeou conversa em que o advogado e ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) diz ter acesso privilegiado ao Planalto, inclusive ao presidente Lula. Mesmo sem referência ao caso Dantas, o diálogo foi registrado no inquérito como indício de tráfico de influência.
No grampo, diz a PF, o subprocurador-geral da República Eugênio Guilherme de Aragão pede que Greenhalgh peça ao chefe-de-gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, indicação para uma vaga no Superior Tribunal de Justiça.
O advogado diz que, se Aragão o procurasse antes, "poderia ter pedido diretamente ao presidente da República e a um monte de gente". Promete, então, falar com Carvalho sobre a indicação de Aragão. À Folha Greenhalgh admitiu a hipótese de ter se comprometido a intervir em favor de Aragão.
Ele alegou, porém, não ter procurado Lula nem o seu chefe-de-gabinete para tratar do assunto. A Presidência confirmou o encontro entre Aragão e Carvalho no dia seguinte à conversa, 18 de abril. "É comum o chefe-de-gabinete receber candidatos a cargos que passam pela indicação do presidente." Mas negou que o assessor de Lula tenha recebido referências ou pedidos de Greenhalgh.
Aragão confirmou o teor da conversa com Greenhalgh e a reunião com Carvalho. Disse que "a busca por apoios de políticos" em todas as fases de indicação ao cargo de ministro de Corte Superior "não tem nada de mais." "De estranhar é que as autoridades que procederam à escuta liberem, em evidente violação do dever de sigilo e não se sabe com que intenção, esse trecho banal de conversa telefônica, que nada tem de importante para qualquer investigação criminal", afirmou Aragão.
(CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA, CATIA SEABRA e RUBENS VALENTE)


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