São Paulo, segunda-feira, 20 de julho de 2009

Próximo Texto | Índice

Painel

VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br

Justiça cega

Nem bem o PT proclamou o lançamento da pré-candidatura de Tarso Genro ao governo do Rio Grande do Sul, os presidentes dos principais partidos de oposição a Lula passaram a fazer campanha por sua demissão imediata do Ministério da Justiça.
"O ministro da Justiça do país tem de estar afastado da conjuntura eleitoral", diz o senador Sérgio Guerra (PSDB). Para o presidente do DEM, Rodrigo Maia (RS), a permanência de Tarso se torna insustentável, uma vez que a Polícia Federal atua na investigação das denúncias de corrupção no governo Yeda Crusius (PSDB). "Há incompatibilidade clara. Se a PF já atuava com viés político, imagine agora", diz o deputado.



Não saio. Confrontado com o questionamento, Tarso diz que, se houvesse impedimento de pré-candidatos atuarem no Executivo, a própria Yeda teria de deixar o governo. "Minhas funções de ministro não se confundem com atuação política."

Oficial. Em pelo menos um evento internacional do qual Dilma Rousseff (Casa Civil) participou como ministra, seu currículo com informações incorretas foi usado para apresentá-la. Foi em março de 2005, num seminário do Banco Mundial sobre o futuro da energia, em Washington.

Bastão. O adiamento para depois do recesso da ida de José Múcio para o TCU, sem razão que o justifique, foi lido por aliados como a certeza de que Lula só espera o julgamento de Antonio Palocci pelo STF, marcado para agosto, para fazer dele o novo articulador político do governo.

Dominó 1. Presidente da TV Brasil, Teresa Cruvinel se desentendeu com mais um dos diretores que ajudaram a colocar de pé o projeto da emissora. Agora foi Delcimar Pires, diretor de administração, ligado ao chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho.

Dominó 2. A demissão não havia sido formalizada até sexta-feira, mas ninguém acreditava haver clima para o retorno de Pires ao cargo. Três diretores já deixaram a TV por motivos semelhantes: Orlando Senna, Mario Borgneth e Leopoldo Nunes.

Nova sigla 1. Será anunciada nesta semana a criação de um novo partido, o PSR (Partido Socialista da República). A legenda nasce com 3 deputados federais, 6 estaduais e 2 distritais. Só falta colher as 500 mil assinaturas necessárias para o registro.

Nova sigla 2. Os 3 representantes do novo partido na Câmara dos Deputados serão Silvio Costa (PMN-PE), Bispo Rodovalho (DEM-DF) e Manoel Júnior (PSB-PB). Em comum, todos estavam sem ambiente nos atuais partidos.

Baianidade. José Serra estará duas vezes em Salvador e Aécio Neves, uma, em agosto. O governador paulista participa de uma palestra na Associação Comercial e, dias depois, assina um convênio com o governo estadual. Já o mineiro receberá o título de cidadão baiano da Assembleia.

Dilma potiguar? Quem leu entrevista de Lina Vieira à "Tribuna do Norte", em que condena a falta de punição aos que enriquecem por meio da corrupção, ficou com a impressão de que a ex-titular da Receita será mais uma técnica a abraçar a política em 2010.

Vem cá. O governador Eduardo Campos vai chamar o PP, que quer apoiar a reeleição de Sérgio Guerra (PSDB) ao Senado, para dizer que, em Pernambuco, quem estiver no palanque de Dilma e dele terá de ser fiel à chapa inteira.

Entre amigos. A UNE negocia com a Funcef, o fundo de pensão dos funcionários da Caixa, adiantamento para começar a reforma da sede, orçada em R$ 30 milhões, enquanto o Congresso não aprova projeto do governo que destina recursos para a obra.

com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

"Se os senadores são os pizzaiolos, então o presidente Lula foi o grande chef do mensalão."


Do deputado VIC PIRES (DEM-PA), sobre a frase do presidente comparando os senadores a pizzaiolos, na semana passada, por conta da criação da CPI da Petrobras.

Contraponto

Passar bem

Em sua primeira campanha, em 2006, Flávio Dino (PC do B-MA) visitava Matões e foi pedir votos a Lula Pereira, um líder político muito respeitado na cidade.
-Sou juiz federal e estou deixando a carreira para me candidatar a deputado. Gostaria de ter seu apoio -, disse.
-Meu filho, desista. Não tem a menor chance -, respondeu o coronel, secamente.
Dino, espantado, ainda tentou argumentar:
-Mas seus filhos me conhecem e serão meus eleitores...
-Um juiz largar a carreira para ser candidato a deputado só pode ser maluco. E eu não voto em doido -, explicou o velhinho, já se levantando para encerrar a conversa.


Próximo Texto: PF abre inquérito sobre obra no Amapá apoiada por Sarney
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.