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ORÇAMENTO
Segundo ministro, recursos destinados a programas de transferência de renda terão aumento entre 10% e 15%
Social terá mais verba em 2004, diz Mantega
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Planejamento,
Guido Mantega, disse que os recursos destinados a programas de
transferência de renda para a população terão um aumento entre
10% e 15% no Orçamento de 2004
em relação ao deste ano. Para ele,
a área social terá mais dinheiro.
Os programas de transferência
de renda, segundo técnicos do Tesouro Nacional, são aqueles relacionados a um benefício recebido
diretamente pela população.
Exemplos: benefícios previdenciários, programas de renda mínima, seguro-desemprego, remédios, livros didáticos e até gastos
com os servidores aposentados
do governo federal.
O Ministério do Planejamento
não confirmou se o ministro estava se referindo ao mesmo conjunto de programas nem o volume de
recursos do Orçamento de 2003
para essas transferências.
Mas Mantega disse que haverá
um acréscimo de R$ 6 bilhões para a área de saúde. Neste ano, o
Ministério da Saúde tinha um orçamento de R$ 24,6 bilhões para
despesas de custeio e manutenção, mas ficou com R$ 23 bilhões
após os cortes do início do ano.
O ministro disse ainda que o salário mínimo e o salário dos servidores públicos terão reajustes
reais (acima da inflação). "Não dá
para dar aumentos muito grandes
em 2004, mas as coisas vão melhorando a cada ano", disse. Aumentos "melhores", afirmou, virão em 2005, 2006 e 2007. Ele não
quis adiantar os percentuais.
Neste ano o salário mínimo teve
aumento de 20%, e os servidores
públicos tiveram um reajuste de
1%, mais gratificação.
Mantega disse que o Orçamento
de 2004 terá receitas de R$ 409 bilhões -aumento de 12,6% em relação ao atual, que é de R$ 363,2
bilhões. A lei orçamentária de
2003 prevê receitas de R$ 352,7 bilhões, mas esse número foi revisado. O superávit primário (receitas
menos despesas, exceto pagamento de juros) do Orçamento da
União será previsto em R$ 42,4 bilhões, ou 2,45% do PIB (Produto
Interno Bruto). Segundo Mantega, o governo manteve as mesmas
projeções de superávit primário
em relação ao PIB que foram fixadas para este ano.
Estados e municípios
Ou seja, os Estados e municípios
vão economizar 1,1% do PIB, ou
R$ 19 bilhões. As empresas estatais serão responsáveis por outros
R$ 12,1 bilhões ou 0,7% do PIB.
Ao todo, o superávit primário do
setor público continuará sendo de
4,25% do PIB, cuja previsão para
2004 é de R$ 1,73 trilhão.
O dinheiro de impostos e contribuições que será economizado
pelo setor público -cerca de
R$ 73,5 bilhões- em 2004 servirá
para reduzir a necessidade de
emissão de títulos públicos para
pagamento de juros. O objetivo é
reduzir o endividamento público.
O Orçamento da União está
sendo elaborado com a previsão
de um crescimento do PIB no
próximo ano de 3,5% e uma inflação de 5,5%. Mantega explicou
que não está em discussão nenhuma mudança nos conceitos sobre
o endividamento. Congressistas
do PT querem que o governo pare
de considerar os investimentos
das empresas estatais como despesas. Isso reduz o superávit primário do setor público, exigindo
um esforço maior dos governos.
O governo, disse o ministro, não
chegou a uma conclusão sobre a
lista de obras de infra-estrutura
que serão consideradas prioritárias até 2004.
(SÍLVIA MUGNATTO)
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